Economia

Dilma antecipa medidas de incentivo para combater crise

Segundo Dilma, as medidas para reduzir o custo da energia serão anunciadas na próxima semana

Dilma fala no lançamento do Programa de Concessões de Rodovias e Ferrovias: a previsão é investir R$ 133 bilhões em 25 anos (Wilson Dias/ABr)

Dilma fala no lançamento do Programa de Concessões de Rodovias e Ferrovias: a previsão é investir R$ 133 bilhões em 25 anos (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2012 às 21h47.

Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira que nas próximas semanas divulgará as medidas para reduzir o custo da energia e um ambicioso plano de concessões de portos e aeroportos como novos incentivos para enfrentar a crise econômica mundial.

As medidas, que complementarão as anunciadas nas últimas semanas, entre elas reduções de impostos para os setores mais afetados pela crise e um milionário plano de concessões em estradas e ferrovias, foram antecipadas pela governante no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

''Temos que reduzir o custo da energia; tornar racional o custo da tributação. Não se trata apenas de reduzir (...) mas ele não pode ser irracional, ele não pode impedir o investimento, não pode impedir que haja participação dos bens de capital'', afirmou a presidente.

Segundo Dilma, as medidas para reduzir o custo da energia serão anunciadas na próxima semana e o plano de concessão de aeroportos e portos ao setor privado será divulgado em meados de setembro.

A presidente disse que todas as medidas anunciadas e previstas ''são úteis e necessárias para melhorar nossa situação conjuntural''.

''O governo vai apoiar, vai estimular, vai dar suporte à competitividade a todas as atividades produtivas. No que nos diz respeito, estamos focados na desobstrução (...) dos gargalos logísticos, energéticos e de custo, que dificultam o nosso desenvolvimento'', afirmou.

Sexta maior economia mundial, o Brasil vem sofrendo um processo de desaceleração como consequência da crise internacional, que reduziu a demanda de produtos brasileiros no exterior.

Após ter se expandido 7,5% em 2010, a economia brasileira só cresceu 2,7% no ano passado e essa percentagem poderá cair para 1,73% em 2012 segundo as últimas previsões dos economistas.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje também na reunião do CDES que as medidas adotadas pelo governo para incentivar a economia deram ao país condições de chegar neste ano a um crescimento de 4%.

Segundo Dilma, as medidas mais importantes são as que buscam reduzir os custos de produção no Brasil, como a diminuição do custo de energia, já que garantirão a competitividade do país no futuro.

''É a única forma de nós podermos enfrentar as décadas que virão. Temos que ter maior eficiência e maior produtividade'', disse.

A presidente destacou, entre as medidas adotadas, a política de redução gradual dos juros básicos, que ontem à noite foram reduzidos pelo Banco Central aos 7,5% anuais, seu menor nível histórico.

Segundo a presidente, essa redução abre a possibilidade de que todo o mercado reduza o custo do dinheiro no Brasil.

Quanto às concessões de infraestruturas ao setor privado, afirmou que se trata de pôr fim ao monopólio do Estado em alguns serviços de transporte e oferecer ''serviços aeroportuários compatíveis com seu movimento''.

De acordo com a mandatária, as infraestruturas de transportes do país ''estão abaixo do que o Brasil precisa para crescer''.

O governo anunciou em meados de janeiro um plano de concessões ao setor privado que prevê investimentos por R$ 133 bilhões na construção e na operação em um prazo de 25 anos de quase 7.500 quilômetros de estradas e de 10 mil quilômetros de ferrovias.

As concessões serão estendidas agora aos portos e os aeroportos.

Nesta semana, o governo prorrogou as reduções de impostos que havia anunciado em maio para favorecer os fabricantes de veículos, eletrodomésticos e móveis, setores que estão entre os mais afetados pela crise. 

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