Chineses usam computadores em café de Pequim: país é viciado em comércio eletrônico (Wang Zhao/AFP)
João Pedro Caleiro
Publicado em 11 de novembro de 2013 às 17h53.
São Paulo - A sucessão de números solitários na data 11/11 ecoou no imaginário popular dos chineses, que a decretaram como "Dia dos Solteiros". Agora, o que começou como uma brincadeira universitária em meados dos anos 1990 se firmou como o maior fenômeno do comércio eletrônico do mundo.
Os chineses se referem à data como Guanggun Jie, ou "galhos sem folhas" - uma referência à falta de descendentes.
Como resultado da política de filho único e a preferência cultural por homens, há um excesso de cerca de 50 milhões de chineses solteiros do sexo masculino com idade suficiente para se comprometer.
Nos últimos 2 anos desde o marcante 11/11/11, eles passaram a sair neste dia do ano para comemorar sua solteirice ou procurar uma parceira. Enquanto isso, gigantes da internet começaram a oferecer promoções que duram 24 horas.
Vendas
Em 2012, foram US$ 3,1 bilhões em compras no "Dia dos Solteiros", acima dos US$ 1,98 bilhões da última Ciber Monday, dia de descontos nas lojas eletrônicas americanas após o feriado de Ação de Graças.
Na edição 2013 do "Dia dos Solteiros", o primeiro bilhão de iuans em vendas foi alcançado em apenas 6 minutos, contra 37 minutos em 2012. 2 milhões de unidades de roupas de baixo foram vendidas só na primeira hora.
O número total do ano passado foi ultrapassado já por volta da uma da tarde. No balanço final, as vendas totalizaram 5,7 bilhões de dólares.
As estatísticas vem do grupo Alibaba, gigante da internet chinesa que promoveu na sua sede um acompanhamento espetaculoso e em tempo real dos números do evento.
Uma pesquisa da PwC mostrou que 70% dos chineses compram online pelo menos uma vez por semana, contra 40% nos EUA e Reino Unido.