Economia

Devolução reduzirá capacidade de empréstimo do BNDES, diz Fitch

De acordo com a Fitch, devolução de R$ 100 bi ao Tesouro Nacional contribuirá para o declínio da fatia de mercado do BNDES no mais longo prazo

BNDES: a agência diz que o pagamento é de magnitude suficiente para afetar estratégia de negócios do BNDES (Foto/Divulgação)

BNDES: a agência diz que o pagamento é de magnitude suficiente para afetar estratégia de negócios do BNDES (Foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 21h31.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch divulgou nota na qual comenta a devolução de R$ 100 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos cofres do Tesouro Nacional.

Segundo a agência, isso reduzirá a capacidade de empréstimo do banco e contribuirá para o declínio da fatia de mercado do BNDES no mais longo prazo.

A Fitch diz que, excluindo-se capital híbrido, os Fundos do Tesouro totalizaram 61% do financiamento do BNDES, enquanto o Fundo de Assistência aos Trabalhadores representava mais 28% do total, no fim de junho.

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu aval para o plano na semana passada e a agência lembra que declarações do comando do BNDES indicam que essa devolução deve ser acelerada para ocorrer antes do fim de 2016, quando o plano inicial previa pagamentos ao longo de vários anos.

A agência diz que o pagamento é de magnitude suficiente para afetar estratégia de negócios do BNDES, "em linha com a expectativa da Fitch de que a fatia de mercado decline no mais longo prazo".

A Fitch diz que isso deve ocorrer particularmente porque não espera que o Tesouro conceda novos financiamentos ao banco com taxas preferenciais.

Com isso, o BNDES deve enfatizar mais "certos setores prioritários", segundo a agência, que podem incluir infraestrutura, energia renovável, administração pública, projetos ambientais, investimentos sociais corporativos e micro, pequenas e médias empresas.

Isso também deve significar um papel maior para o setor privado no financiamento corporativo e de projetos no longo prazo, o que também pode provocar uma elevação nas taxas de empréstimo no longo prazo, diz a agência.

"Isso pode ser um desafio para o governo, a menos que fontes alternativas de financiamento sejam encontradas, já que a demanda das companhias por empréstimos deve ser afetadas com o declínio dos empréstimos subsidiados, exacerbando os gargalos da infraestrutura no País", adverte a agência.

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