Economia

Desvalorização do real não está descontrolada, diz governo

Para o ministro do Planejamento, a desvalorização será "positiva no longo prazo" para o setor industrial, que ganhará competitividade exportadora


	Nelson Barbosa: "Não é uma desvalorização que causa descontrole, mas uma mudança de nível na taxa de câmbio"
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Nelson Barbosa: "Não é uma desvalorização que causa descontrole, mas uma mudança de nível na taxa de câmbio" (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 14h54.

São Paulo - O governo descartou nesta sexta-feira que a desvalorização do real em relação ao dólar esteja acontecendo descontroladamente, depois de a moeda americana superar a barreira dos R$ 3, a cotação mais alta dos últimos 11 anos.

"Não é uma desvalorização que causa descontrole, mas uma mudança de nível na taxa de câmbio", afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, durante um discurso em um evento organizado na Câmara de Comércio Brasil-França em São Paulo.

Para o ministro, a desvalorização será "positiva no longo prazo" para o setor industrial, que ganhará competitividade exportadora e vantagem em relação ao custo dos produtos importados.

Só este ano o real se desvalorizou 13,07% e em 2014 12,99%.

Ontem o dólar superou a barreira dos R$ 3 e fechou cotado a R$ 3,010, valor mais alto desde 16 de agosto de 2004.

"Esta taxa de câmbio atual, com a desvalorização ocorrida recentemente, corrige um pouco a valorização entre 2007 e 2011, coincidindo com preços considerados altos de petróleo, minério de ferro e soja", explicou o ministro, que lembrou que naqueles anos o dólar chegou a valer R$ 1,60.

Barbosa disse que a apreciação do dólar é um "movimento mundial" acompanhado pela queda do preço das matérias-primas.

A desvalorização "tem um efeito restritivo no curto prazo, por afetar a inflação e o crescimento, mas em longo prazo é positiva para a competitividade da indústria", indicou.

Barbosa é um dos pilares da equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, ao lado do ministro da Economia, Joaquim Levy, e do titular do Banco Central, Alexandre Tombini.

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