Economia

Desvalorização do real é uma ilusão cambial, diz Gianneti

"O real teve uma depreciação nominal de 50% no período, mas, levando em conta que as moedas de países concorrentes também se desvalorizaram", afirmou Gianetti


	Falsa desvalorização: "Levando em conta que as moedas de países concorrentes também se desvalorizaram, e considerando a inflação, devemos ter uma desvalorização líquida de 10% e não de 50%"
 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Falsa desvalorização: "Levando em conta que as moedas de países concorrentes também se desvalorizaram, e considerando a inflação, devemos ter uma desvalorização líquida de 10% e não de 50%" (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 08h12.

São Paulo - O economista e vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Roberto Giannetti da Fonseca, afirma que a desvalorização experimentada pelo real nos últimos 12 meses é uma "ilusão cambial".

"O real teve uma depreciação nominal de 50% no período, mas, levando em conta que as moedas de países concorrentes também se desvalorizaram, e considerando a inflação, devemos ter uma desvalorização líquida de 10%", disse, durante palestra no sétimo Encontro Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras, ocorrido na semana passada em São Paulo.

Para o economista, se o Banco Central continuar utilizando a taxa de câmbio para segurar o avanço da inflação, a economia brasileira será prejudicada de "forma permanente", em especial a indústria.

"Isso acontece porque você cria um viés artificial de perda de competitividade, aliada a outros fatores como alta carga tributária, custo de capital e logística deficiente, que colocam nossos produtos completamente fora do comércio internacional", declarou.

"O câmbio precisa ser livre e flutuante. Além disso, temos uma agenda (de reformas) para cumprir. Caso contrário, vamos continuar tendo uma participação medíocre no comércio internacional", disse Giannetti da Fonseca, afirmando que o pico de participação do Brasil no comércio internacional foi em 1985, com 1,5% do total, e que hoje esta parcela está em 0,9%.

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