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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h42.
A recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) está resultando em uma dinamização do emprego no país. Traduzindo em números: no primeiro quadrimestre de 2004, foram criados 535 mil novos postos de trabalho formais. Esse é um dos destaques de estudo divulgado hoje (1º/6) por Marcio Pochmann, secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do município de São Paulo. "Em geral, quando havia recuperação, ela ocorria com o mesmo número de empregados. As empresas, ainda que expandindo, operavam com o núcleo duro dos trabalhadores", afirma o secretário.
Mas, segundo Pochmann, a simultaneidade do crescimento do nível de ocupação com a estabilidade ou at a expansão do desemprego só poderá ser rompida com um avanço ainda maior e consistente da economia. "Para gerar postos que atendam à toda procura, a economia precisa crescer 5% ao ano. Já houve momentos de recuperação, mas não se conseguiu alçar o estágio de sustentabilidade. Este é um ano-chave para isso." Ele também relaciona o nível de renda com o desemprego. "Não entramos nessa questão no estudo, mas sabemos que, se os salários são baixos, outros membros da família procuram emprego, para complementar o orçamento. Se melhoram os salários, esses membros deixam de procurar trabalho, reduzindo os números do desemprego."
Geografia do emprego em São Paulo
Outro tópico abordado pelo trabalho da secretaria é o que Pochmann considera uma nova geografia do emprego na cidade de São Paulo, em que as áreas periféricas ganham maior peso na geração de postos de trabalho, e o setor industrial perde influência.
Entre dezembro de 2001 e fevereiro de 2004, foram criados 200 mil empregos formais no município de São Paulo, dos quais 111.716 nos 50 distritos administrativos com os maiores índices de pobreza. Enquanto o nível de emprego formal cresceu 6,2% na média do município neste período, nas áreas focalizadas foi quase o dobro, ou 12,1%. "É um fenômeno inédito. O modelo de industrialização dos anos 30 aos 80 era muito concentrado no centro expandido. Agora a participação dos distritos mais periféricos de São Paulo no emprego está crescendo."
No período analisado, 87,9% das novas vagas em todo o município foram geradas no setor de serviços e 17% no comércio. A indústria de transformação influenciou negativamente o saldo do emprego, com -4,9%.
No primeiro quadrimestre de 2004, a metrópole de São Paulo, em seu conjunto, gerou 79 mil novos postos de trabalho formais, o equivalente a 14,8% do total do novo emprego em todo o país.
Participação dos 10 estados mais importantes no estoque de empregos formais | ||
UF
|
Estoque em 31/04/2004
| |
1 |
SP
|
33,33%
|
2 |
MG
|
10,98%
|
3 |
RJ
|
10,46%
|
4 |
RS
|
7,80%
|
5 |
PR
|
7,06%
|
6 |
SC
|
4,98%
|
7 |
BA
|
4,23%
|
8 |
PE
|
2,86%
|
9 |
GO
|
2,65%
|
10 |
CE
|
2,57%
|
subtotal |
86,91%
| |
total Brasil* |
100,00%
| |
*23.258.612 empregos formais | ||
Fonte: SDTS/PMSP a partir de Caged/MTE/FAT/Datamec |
Variação estoque 31/12/03 sobre 31/04/04 | ||
UF |
%
| |
SP |
3
| |
MG |
2,6
| |
RJ |
1,2
| |
RS |
3,5
| |
PR |
3,6
| |
SC |
3,3
| |
BA |
1,7
| |
PE |
-3,6
| |
GO |
-0,3
| |
CE |
4,4
| |
variação Brasil* |
2,3
| |
* 534.939 novos empregos formais | ||
Fonte: SDTS/PMSP a partir de Caged/MTE/FAT/Datamec |