Economia

Desequilíbrio pode desestabilizar a zona do euro, diz Draghi

O presidente do BCE e o membro do Conselho também reconheceram as limitações da política ultraexpansionista de juros baixos e impressão de dinheiro do BCE


	Zona do euro: "E para a zona do euro prosperar, ações de governos nacionais são necessárias para desencadear o crescimento"
 (Daniel Roland/AFP)

Zona do euro: "E para a zona do euro prosperar, ações de governos nacionais são necessárias para desencadear o crescimento" (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2016 às 18h35.

Bruxelas/Roma - Os desequilíbrios econômicos dentro da zona do euro podem desestabilizar o bloco monetário, afirmaram autoridades do Banco Central Europeu nesta segunda-feira, destacando a responsabilidade de governos em ajudar a impulsionar o crescimento dentro das regras da União Europeia (UE).

O presidente do BCE, Mario Draghi, e o membro do Conselho, Benoit Coeure, também reconheceram as limitações da política ultraexpansionista de juros baixos e impressão de dinheiro do BCE.

"Na nossa União Econômica e Monetária, em particular, a estrutura da governança econômica é essencial para evitar desequilíbrios que eventualmente podem desestabilizar a zona do euro", disse Draghi a um comitê parlamentar europeu em Bruxelas.

"E para a zona do euro prosperar, ações de governos nacionais são necessárias para desencadear o crescimento, reduzir o desemprego e empoderar as pessoas, enquanto oferece proteção essencial para os mais vulneráveis."

Draghi pede há tempos maiores gastos de países que ainda têm espaço fiscal mas seus apelos não têm sido ouvidos pela Alemanha, país com o maior superávit, que está relutante em acabar com o seu comprometimento com o equilíbrio orçamentário.

Ecoando as declarações de Draghi, Coeure falou a uma audiência em Roma que se os governos falharem em fazer seu papel, a zona do euro corre o risco de passar por um longo período de crescimento econômico fraco e juros baixos.

"Passar de juros 'baixos por muito tempo' para 'baixos para sempre' iria limitar gravemente o espaço para manobra de ferramentas de política monetária convencionais. Mas, de forma ainda mais preocupante, ameaçaria o contrato entre gerações bem como arriscaria rasgar nosso tecido social", disse Coeure.

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