Desemprego: em janeiro, a taxa de desemprego havia subido a 5,3 por cento (.)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2015 às 11h28.
Rio de Janeiro/São Paulo - O desemprego no Brasil subiu pelo segundo mês seguido e atingiu 5,9 por cento em fevereiro, maior nível desde junho de 2013, novamente com aumento da procura, em mais um golpe para a abalada imagem do governo da presidente Dilma Rousseff.
O número apontado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou um pouco acima da expectativa apontada em pesquisa da Reuters, de 5,7 por cento.
Em janeiro, a taxa de desemprego havia subido a 5,3 por cento, após ter igualado no mês anterior o menor nível histórico de 4,3 por cento.
O aumento da taxa da PME em fevereiro mais uma vez tem como um de seus fatores o aumento da procura por vagas.
A população desocupada, que são as pessoas sem trabalhar mas à procura de uma oportunidade, subiu 10,2 por cento em fevereiro na comparação mensal e avançou 14,1 por cento na base anual, atingindo 1,419 milhão de pessoas.
Ao mesmo tempo, a população ocupada diminuiu 1,0 por cento sobre janeiro e recuou 0,9 por cento ante o mesmo período do ano anterior, chegando a 22,775 milhões de pessoas.
O comércio teve queda de 1,3 por cento no número de vagas na comparação com janeiro, o que significa 57 mil postos de trabalho a menos. Mas em relação a fevereiro de 2014, houve alta de 1,5 por cento (mais 65 mil postos).
Os problemas enfrentados pelo comércio já haviam sido destacados em dados do Ministério do Trabalho, que mostraram que no mês passado o Brasil perdeu 2.415 vagas formais, no pior resultado para meses de fevereiro desde 1999, influenciado por elevadas demissões de trabalhadores no comércio e na construção civil.
O IBGE também informou que a renda média real caiu 1,4 por cento sobre janeiro e recuou 0,5 por cento sobre um ano antes, a 2.163,20 reais.
As altas da taxa de desemprego no início do ano refletem a fragilidade da economia, num momento de inflação alta, juros elevados, aperto fiscal e perspectiva de contração da atividade neste ano.
Diante desse cenário, o mercado de trabalho brasileiro vem há tempos mostrando sinais de esgotamento.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que com abrangência nacional tem previsão de substituir a PME, a taxa de desemprego subiu a 6,8 por cento no trimestre encerrado em janeiro, diante também do aumento da procura por trabalho.