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Desemprego no Brasil cai para 6,6% em agosto, menor taxa para o mês desde 2012

O resultado levemente abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava a taxa em 6,7%

carteira de trabalho (Gabriel Ramos/Getty Images)

carteira de trabalho (Gabriel Ramos/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 09h03.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 10h41.

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A taxa de desemprego no trimestre encerrado em agosto de 2024 caiu para 6,6%, a menor taxa para o um trimestre encerrado em agosto na série histórica da PNAD Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado levemente abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava a taxa em 6,7%.

Na comparação com o trimestre demarço a maio de 2024, a queda foi de 0,5 ponto percentual. A queda na comparação do mesmo trimestre móvel de 2023 foi de 1,2 ponto percentual.

A população desocupada – pessoas que procuravam por trabalho – caiu para 7,3 milhões, o menor número desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. O número total de trabalhadores do Brasil bateu novo recorde, chegando a 102,5 milhões.

 Por que o desemprego no Brasil caiu em agosto?

Segundo o IBGE, o número de pessoas desocupadas teve redução significativa em duas comprações: no trimestre, a população desocupada diminuiu -6,5%, o que significa menos 502 mil pessoas buscando trabalho. Frente ao mesmo trimestre móvel de 2023, a redução foi mais intensa, -13,4%, ou menos 1,1 milhão de pessoas em busca de uma ocupação.

No total de trabalhadores do Brasil, o crescimento ocorreu na comparação trimestral, 1,2%, ganhando mais 1,2 milhão de trabalhadores. Frente ao mesmo trimestre móvel do ano passado, esse contingente cresceu 2,9%, o equivalente a mais 2,9 milhões de pessoas.

Para a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, “a baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desocupação para valores próximos ao de 2013, quando esse indicador estava em seu menor patamar”.

Recorde de empregados do setor privado

A PNAD mostrou que os empregados do setor privado chegaram a 52,9 milhões, o maior contingente desde 2012. No trimestre, a ocupação do setor cresceu 1,7%, o que equivale a mais 882 mil postos de trabalho. Na comparação anual, a alta foi de 4,9%, ou 2,5 milhões de trabalhadores a mais no setor.

Mais uma vez, o setor privado teve recordes no número de empregados com carteira de trabalho assinada (38,6 milhões) e no contingente dos sem carteira de trabalho (13,2 milhões).

No trimestre, o Comércio foi grupamento de atividade que impulsionou a ocupação, com alta de 1,9% no trimestre, ou mais 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. O setor está com seu maior contingente na série histórica da PNAD Contínua: 19,5 milhões de trabalhadores. Os demais grupamentos de atividade não tiveram variações significativas na comparação trimestral.

Os empregados do setor público chegaram ao recorde de 12,8 milhões, com altas de 1,8% (mais 221 mil pessoas) no trimestre e de 4,3% (mais 523 mil pessoas) no ano. Essa alta vem sendo puxada pelo grupo dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,5% no trimestre e 6,6% no ano, enquanto o grupo dos militares e servidores estatutários, que precisam ser aprovados em concursos públicos, ficou estável nas duas comparações.

Rendimento médio cresce 5,1% no ano

No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.228, sem mostrar variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior e com alta de 5,1% na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2023.

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 326,2 bilhões, mostrando altas de 1,7% no trimestre e de 8,3% na comparação anual.

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