Economia

Desemprego no Brasil atinge maior taxa desde maio de 2017

Taxa de desemprego no Brasil subiu a 13,1 por cento nos três meses até março

Desemprego: IBGE informou que o país atingiu maior nível de desemprego desde maio do ano passado (Paulo Whitaker/Reuters)

Desemprego: IBGE informou que o país atingiu maior nível de desemprego desde maio do ano passado (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de abril de 2018 às 09h09.

Última atualização em 27 de abril de 2018 às 10h23.

Rio de Janeiro/São Paulo - O Brasil encerrou o primeiro trimestre de 2018 com taxa de desemprego de 13,1 por cento, a mais alta desde maio do ano passado, em meio ao aumento da dispensa de trabalhadores diante de uma economia que vem mostrando menos força do que o esperado.

O número de trabalhadores formais também recuou e foi ao menor nível em seis anos, ao mesmo tempo em que a renda também perdeu força.

A taxa de desemprego na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua havia ficado em 11,8 por cento no quarto trimestre de 2017 e 12,6 por cento nos três meses até fevereiro, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Com isso, o desemprego do primeiro trimestre é o mais elevado desde o período encerrado em maio passado, de 13,3 por cento, e ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 12,9 por cento agora.

"O Brasil continua em crise econômica, com crise política e novidades a cada dia. Essa configuração gera instabilidade no mercado de trabalho, que não está tendo força suficiente para efetivar no primeiro trimestre a entrada desses temporários (de final de ano)", explicou o coordenador do IBGE, Cimar Azeredo.

"O cenário econômico tem que estar bastante aquecido e com muita credibilidade perante os investidores para abrir vagas, e não se vê esse processo", completou.

No primeiro trimestre, o país tinha 13,689 milhões de desempregados, ante 13,121 milhões nos três meses até fevereiro e 12,311 milhões no quarto trimestre de 2017, alta 11,2 por cento.

Já o contingente de pessoas ocupadas no período era de 90,581 milhões, de 91,091 milhões no trimestre até fevereiro e queda de 1,7 por cento sobre o quarto trimestre, quando eram 92,108 milhões.

Ao mesmo tempo, o contingente de empregados com carteira assinada atingiu no primeiro trimestre o menor patamar da série iniciada em 2012, com 32,913 milhões de pessoas, queda de 1,2 por cento no primeiro trimestre sobre o quarto e de 1,5 por cento sobre o mesmo período do ano passado.

O rendimento médio do trabalhador, ainda segundo a Pnad Contínua, foi de 2.169 reais nos três meses até março, sobre 2.173 reais no quarto trimestre.

A dificuldade da economia de engatar movimento sustentado de alta vem levando economistas na pesquisa Focus do Banco Central a reduzirem suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano a 2,75 por cento. Até pouco tempo atrás, elas estavam em 3 por cento.

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