Economia

Desemprego na Eurozona sobe e bate recorde com 12,2%

Mais de 19 milhões de pessoas estão desempregadas no bloco de 17 países europeus


	Pessoas aguardam em centro de emprego em fevereiro de 2013: as taxas mais elevadas de desemprego foram registradas na Grécia (27,0% em fevereiro de 2013)
 (César Manso/AFP)

Pessoas aguardam em centro de emprego em fevereiro de 2013: as taxas mais elevadas de desemprego foram registradas na Grécia (27,0% em fevereiro de 2013) (César Manso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 10h05.

Bruxelas - O desemprego da Eurozona continua aumentando e em abril alcançou um máximo histórico de 12,2% (mais de 19 milhões de pessoas), um dos símbolos mais dramáticos da crise europeia, que atinge, sobretudo, os mais jovens.

Em um ano, 1,644 milhão de pessoas perderam seu trabalho na Eurozona e 1,673 milhão na União Europeia, indicou o escritório de estatísticas europeu, Eurostat.

O desemprego no bloco de 17 países subiu um décimo em abril em relação ao mês anterior, disse. E 23,5% dos jovens, com menos de 25 anos, estavam sem trabalho neste mês, acrescentou. Sobretudo em Espanha (56,4%), Portugal (42,5%) e Itália (40,5%).

Entre os Estados membros, as taxas mais elevadas de desemprego foram registradas na Grécia (27,0% em fevereiro de 2013), na Espanha (26,8%) e em Portugal (17,8%).

Por outro lado, Áustria (4,9%), Alemanha (5,4%) e Luxemburgo (5,6%) registraram os índices mais baixos.

E os analistas não acreditam que esta tragédia europeia tenha fim em um futuro próximo, com países como Espanha afundados na recessão, com sete trimestres consecutivos de queda.

"Esta situação não será revertida em um futuro próximo. Pelo contrário, o desemprego seguirá sua curva ascendente. Mesmo que a Eurozona saia da recessão no fim deste ano, o mercado de trabalho permanecerá em recessão até o ano que vem", considerou Martin van Vliet, da Global Economics.

A prolongada recessão sofrida pelos países do sul da Europa provocou estragos em seus mercados de trabalho.

Agora a França, segunda economia da união monetária e que entrou oficialmente em recessão no primeiro trimestre deste ano, somou-se à lista de países com o desemprego em números recorde (3,26 milhões em abril), informou nesta quinta-feira o ministério do Trabalho.


Trata-se do 24º mês consecutivo de aumento do desemprego, que cresceu 12,5% no último ano.

Segundo uma estimativa provisória do Instituto Nacional de Estatísticas italiano (ISTAT), o desemprego na Itália alcançou em abril um recorde de 12% da população economicamente ativa, e entre os jovens de 15 a 24 anos chegou a 40,5%.

A Itália atravessa seu segundo ano de recessão consecutivo e o novo governo de Enrico Letta pediu para que o próximo Conselho Europeu, previsto para junho, se concentre em um plano de urgência contra o desemprego dos jovens.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, manifestaram na quinta-feira em Paris sua vontade comum de tomar medidas para gerar emprego visando esta reunião europeia.

A cúpula europeia de 27 e 28 de junho abordará as questões econômicas do crescimento, a competitividade, o emprego, e, em particular, o emprego dos jovens.

"A situação na periferia continua sendo terrível, mas até mesmo na Alemanha o desemprego aumentou. Embora isso pareça um alerta para que o Banco Central Europeu (BCE) faça mais, não parece que serão feitos anúncios importantes em sua reunião do banco na próxima semana", considerou a Capital Economics.

O Eurostat também revelou que a inflação de preços ao consumidor na Eurozona foi de 1,4% em maio, em comparação com o 1,2% de abril, muito abaixo da meta do BCE (2%), o que aviva os temores de uma deflação.

Esta queda de preços reflete que os lares não estão gastando e que as empresas não estão investindo, freando o ritmo de uma recuperação.

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