DESEMPREGO: especialistas estimam que situação só deve melhorar em 2018 / Rodolfo Buhrer/Reuters
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2016 às 05h06.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.
Vai piorar antes de melhorar. A Pnad Contínua, que será apresentada nesta terça-feira, deve trazer um novo recorde no número de desempregados. A taxa de desemprego do mês de abril deve chegar a 11,1% da população ativa, ante 10,9% em março. Seriam 11,3 milhões de desempregados, um recorde da série iniciada em 2012.
É bom não esperar uma melhora tão cedo. Segundo economistas consultados por EXAME Hoje, a expectativa é que a taxa de desemprego continue crescendo até meados de 2018 e, a partir daí, diminua. Isso se Temer aprovar medidas como a reforma fiscal e se a economia voltar a crescer.
“A taxa de desemprego é um dos últimos indicadores a refletir uma crise e costuma ser um dos últimos a apresentar sinais de melhora”, diz o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências. O avanço do desemprego, que se iniciou em 2013 com demissões em fábricas, agora atinge principalmente comércio e serviços. A consultoria Tendências estima que a taxa de desemprego atingirá 12% em 2017.
Para Fabio Romão, da LCA Consultores, mesmo com a melhora da economia — a previsão do Boletim Focus é que o PIB do país cresça 0,55% em 2017 —, a força de trabalho deve pressionar a taxa para cima. “Hoje, uma parte da população parou de procurar emprego. Quando a economia melhorar, essas pessoas voltarão a procurar. Assim, a força de trabalho aumenta e não deixa a taxa de desemprego diminuir”, diz Romão. Ninguém se arrisca a dizer o que pode acontecer se Temer não aprovar as reformas necessárias.