Fernando Coelho: "Pela qualidade de empresas [participantes], pelo apetite delas, o volume de investimento, isso mostra que, de fato, a gente está dando a volta por cima deste momento de recessão", diz o ministro (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 24 de abril de 2017 às 16h41.
O ministro de Minas e Energias, Fernando Coelho, avalia que o aumento da competitividade entre os consórcios que concorreram hoje (24) ao leilão de energia resultaram no alto deságio, que foi em média de 36,5%.
Foram leiloadas concessões para a construção, operação e manutenção de linhas de transmissão e subestações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"Pela qualidade de empresas [participantes], pelo apetite delas, o volume de investimento, isso mostra que, de fato, a gente está dando a volta por cima deste momento de recessão. Estou extremamente animado e saio daqui confiante. Isso foi fruto de muita conversa e um trabalho coletivo. As empresas deram demonstração muito clara de confiança no país", declarou.
Romeu Rufino, presidente da Aneel, explica que o deságio expressivo mostra o êxito do processo competitivo e é resultado do melhor ambiente de negócios.
O alto deságio vai levar à desaceleração da tarifa para os consumidores.
"Houve remuneração justa, adequada. Não acreditamos no leilão que não coloca preço realista. Este leilão reforça esta tese".
O deságio de 36,5% trará economia de R$ 24,2 bilhões para os consumidores brasileiros no período de 30 anos, tempo das concessões leiloadas hoje.
Para Rufino, os novos empreendedoras que participaram do certame estimularam a competição e isso sinaliza o sucesso também dos próximos leilões.
Entre as empresas novas, chamou a atenção das autoridades a participação da indiana Saterlite Power, que disputou o leilão de hoje.
"Essas empresas estão familiarizadas com o mercado brasileiro e foram para um número muito seguro no lance que estavam dando", disse o ministro.
Segundo a Aneel, a empresa já conta com grandes investimentos em linhas de transmissão na Índia e vinha, há alguns meses, preparando-se para a licitação no Brasil.
No total, participaram 21 consórcios e 50 agentes distintos.
Foram arrematados 31 dos 35 lotes oferecidos. Os investimentos abrangem 20 estados brasileiros e chegam a R$ 12,7 bilhões.
Todas as subestações disponibilizadas foram arrematadas, assim como 96% das linhas ofertadas. Participaram, em média sete concorrentes em cada lote. No último leilão do setor, a participação foi de quatro agentes por lote.