Economia

Demanda total por energia no Brasil vai dobrar até 2050

Segundo estudo da EPE, demanda apenas por eletricidade vai triplicar no mesmo período


	Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 19h01.

Rio de Janeiro - A demanda total por energia no Brasil, incluindo eletricidade, gasolina e etanol, entre outros, vai dobrar até 2050, passando para 605 milhões de tonelada equivalente de petróleo (TEP), ante os 267 milhões de TEP de 2013, segundo estudo publicado nesta terça-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O estudo da EPE sobre a demanda de energia em 2050 é o segundo de um conjunto de cinco que irão compor o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050). O primeiro estudo, sobre a economia no mesmo período, foi divulgado pela EPE na última semana.

Realizado pela EPE e pelo Ministério de Minas e Energia, o PNE 2050 é um estudo de longo prazo com o objetivo avaliar o cenário do setor energético brasileiro.

Até 2050, a EPE prevê que a demanda por eletricidade no país vai triplicar para 1.624 terawatt-hora (TWh).

Dessa forma, alcançará um padrão de consumo de eletricidade por consumidor compatível ao da União Europeia atualmente, em torno de 7 mil kWh por habitante por ano.

"Apesar do consumo de energia dobrar até 2050, esse crescimento será bem inferior ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o que é positivo do ponto de vista ambiental", afirmou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, no estudo.

Tolmasquim destacou que isso será possível graças ao aumento da eficiência energética nas próximas décadas.

O consumo de gás natural deverá alcançar em 2050 volume igual a 212 milhões de metros cúbicos por dia, segundo a EPE, quase quatro vezes o consumo atual, excluindo termeletricidade e atendendo cerca de 11 por cento da demanda energética do conjunto da indústria, residências, comércio e serviços.

Entre 2040 e 2050, a EPE também prevê uma redução do consumo de gasolina, uma estabilização do consumo de etanol e um avanço na eletrificação do transporte.

De 2040 em diante, o consumo de etanol deverá se estabilizar em torno de 60 bilhões de litros.

Além disso, o consumo de gasolina irá cair de 51 bilhões de litros em 2040 para 42 bilhões de litros em 2050 e haverá avanço na eletrificação do transporte, que passará a atender cerca de 5 por cento da demanda total de energia no transporte individual em 2050.

Para a EPE, os veículos híbridos flex, que consomem gasolina, etanol e eletricidade, deverão compor mais de 50 por cento da frota.

"Os veículos 100 por cento elétricos ganham crescente espaço principalmente após 2030, representando quase 10 por cento da frota brasileira de veículos leves em 2050", diz o estudo.

Texto atualizado com mais informações às 19h00min.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisEletricidadeEnergiaEnergia elétricaServiços

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês