Economia

Delfim Netto critica uso de juro para controlar inflação

Segundo o economista, não adianta o governo falar que deseja manter a inflação sob controle se não promove uma política fiscal razoável


	Delfim Netto: mas, segundo ele, fazer uma política fiscal razoável exige um trabalho de convencimento da sociedade
 (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

Delfim Netto: mas, segundo ele, fazer uma política fiscal razoável exige um trabalho de convencimento da sociedade (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 12h52.

São Paulo - O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto criticou nesta sexta-feira, 7, a política econômica colocada em prática pelo governo que atribui única e exclusivamente à política monetária a responsabilidade de controlar a inflação.

Segundo o economista, não adianta o governo falar que deseja manter a inflação sob controle se não promove uma política fiscal razoável.

"Não adianta falar em inflação baixa se não for feita uma boa política fiscal, que é a mãe de todas as demais políticas econômicas", disse Delfim.

"O grande problema é garantir que o sistema funcione mais ou menos harmonicamente, com uma taxa de inflação baixa, relativamente estável e sem nenhum déficit externo muito significativo", disse o ex-ministro ao proferir palestra durante o Encontro de Política Fiscal 2014, organizado em São Paulo pela FGV Projetos.

No entanto, segundo ele, fazer uma política fiscal razoável exige um trabalho de convencimento da sociedade.

"É claro que poderíamos ter feito mais coisas. É claro que estamos com uma taxa de crescimento baixa, mas não estamos em uma situação apocalíptica. É que fizemos muita coisa errada. Em dezembro de 2003 fizemos uma alquimia. Conseguimos transformar dívida pública em superávit primário", disse o ex-ministro.

Para Delfim, o governo está com uma incapacidade de produzir superávit primário e o País está "namorando o limite superior inflação há 8, 10 anos", disse, acrescentando que o problema do governo não é a meta de 4,5% de inflação, mas subir para o limite superior.

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