Economia

Déficit primário do setor público atinge R$ 48,889 bilhões em junho, pior resultado desde 2021

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública

Em junho de 2022, houve superávit primário de R$ 14,395 bilhões, recorde da série para o mês (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Em junho de 2022, houve superávit primário de R$ 14,395 bilhões, recorde da série para o mês (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 28 de julho de 2023 às 10h12.

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou déficit primário de R$ 48,889 bilhões em junho, após resultado deficitário de R$ 50,172 bilhões de maio, informou o Banco Central (BC).

O dado de junho foi o pior desempenho das contas consolidadas do País para o mês desde 2021 (déficit de R$ 65,508 bilhões), segundo a série histórica iniciada em dezembro de 2001. Em junho de 2022, houve superávit primário de R$ 14,395 bilhões, recorde da série para o mês.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.

O déficit primário consolidado de junho ficou acima da mediana deficitária de R$ 44,400 bilhões apurada pela pesquisa do Projeções Broadcast. O intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ia de déficit de R$ 51,600 bilhões a de R$ 40 500 bilhões.

No mês, o resultado fiscal foi composto por um déficit de R$ 46 480 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 927 milhões em junho. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 2,645 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 3,573 bilhões. As empresas estatais registraram déficit de R$ 1,492 bilhão.

Acumulado

As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 20,369 bilhões no primeiro semestre, o equivalente a 0,39% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central. Até maio, o acumulado do ano estava em campo positivo, de R$ 28,529 bilhões. Somente no sexto mês de 2023, houve déficit primário de R$ 48,899 bilhões.

O déficit fiscal no ano até junho ocorreu na esteira do saldo negativo de R$ 42,327 bilhões do Governo Central (0,82% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 25,291 bilhões (0,49% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 23,789 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,502 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 3,333 bilhões no ano até junho.

Resultado nominal

O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 89,625 bilhões em junho. Em maio, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 119,226 bilhões e, em junho de 2022, o saldo foi negativo em R$ 83,793 bilhões. Em 12 meses até junho, as contas consolidadas do País tiveram déficit nominal de R$ 662 381 bilhões - 6,42% do PIB. No ano, o resultado deficitário é de R$ 357,691 bilhões.

O resultado nominal representa a diferença entre receitas e despesas do setor público, já após o pagamento dos juros da dívida pública. No sexto mês de 2023, o governo central registrou déficit nominal de R$ 79,784 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 7,916 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 1,924 bilhão.

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