Economia

Déficit nas contas do Rio chega a R$ 3 bi em 2017, diz Crivella

O prefeito da capital do estado atribuiu o déficit ao aumento do custeio da máquina pública e aos empréstimos contraídos pela gestão de Eduardo Paes

Crivella: segundo o prefeito, as despesas da prefeitura concentram-se em encargos da dívida, no aumento do custeio e nos planos de cargos e salários (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Crivella: segundo o prefeito, as despesas da prefeitura concentram-se em encargos da dívida, no aumento do custeio e nos planos de cargos e salários (Fernando Frazão/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 17h16.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, disse hoje (3) que o déficit nas contas da prefeitura chega a R$ 3 bilhões.

"As despesas deste ano estão previstas em R$ 29 bilhões e a arrecadação em R$ 26 bilhões, o que dá um rombo de R$ 3 bilhões", afirmou Crivella, durante evento com 1.537 diretores de escolas municipais para reforçar o combate ao mosquito Aedes aegypti.

Crivella atribuiu o déficit ao aumento do custeio da máquina pública e aos empréstimos contraídos pela gestão do ex-prefeito Eduardo Paes.

"O Eduardo teve que contrair empréstimos de R$ 10 bilhões para os compromissos assumidos, sobretudo os grandes eventos, como as Olimpíadas. Também houve um aumento enorme da folha de pagamento".

Segundo o prefeito, as despesas da prefeitura concentram-se em encargos da dívida, no aumento do custeio e nos planos de cargos e salários "que foram concedidos na administração anterior".

"Estou negociando os empréstimos, estou tentando aumentar a arrecadação, vamos ter que discutir a questão do IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano], a questão dos grandes devedores do ISS [Imposto Sobre Serviços]", afirmou Crivella.

"Não podemos ter voo de galinha, passar por um período de grande expansão que apenas antecede uma crise desastrosa como essa que está no estado".

Crivella também disse que a prefeitura tem "todo o interesse" em municipalizar as unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e reabrir os restaurantes populares.

No início de janeiro, a prefeitura do Rio anunciou que iria assumir a gestão de oito restaurantes Cidadão espalhados pela cidade, administrados pelo governo do estado.

"Mas não podemos fazer sem recursos. Não fui o candidato das promessas e não serei o prefeito das ilusões. Eu tenho que cumprir o que está previsto no orçamento. Não vamos fazer com que a cidade do Rio de Janeiro caia no que caiu o estado: inadimplência, fornecedores há mais de um ano sem receber, pensionistas e aposentados que ainda não receberam o décimo terceiro salário, uma crise o tempo todo. Vocês viram: o Rio de Janeiro se transformou numa guerra campal. Não é isso que o Rio de Janeiro merece", afirmou Crivella.

O prefeito fez referência ao confronto entre manifestantes e policiais militares ocorrido na quarta-feira (1º) no centro do Rio por ocasião da retomada dos trabalhos da Assembleia Legislativa. Durante o protesto, foram queimados contêineres e caixas coletoras de lixo, além de um ônibus na Avenida Rio Branco.

Nomeação do filho

Perguntado sobre o fato de ter nomeado seu filho Marcelo Hodge Crivella para assumir a Secretaria da Casa Civil, o prefeito afirmou "ter certeza" que o novo secretário "vai engrandecer, enobrecer e ajudar muito" sua administração.

"Tenho certeza que o povo do Rio de Janeiro vai aplaudir. Ele tem experiência na área administrativa, na vida privada ele teve empregos de direção em multinacionais importantes. Trabalhou no exterior, no Brasil. Em todos os momentos decisivos da minha vida política ele esteve ao meu lado", disse o prefeito.

A Agência Brasil procurou o ex-prefeito Eduardo Paes mas, até o momento da publicação do texto, não obteve um posicionamento de Paes sobre as declarações de Crivella.

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