Economia

Em janeiro, Brasil tem déficit em conta corrente recorde

Déficit foi de US$ 7,1 bilhões. Economistas previam US$ 6,9 bilhões

informação é do Banco Central (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2012 às 10h33.

Brasília - O Brasil registrou em janeiro déficit em transações correntes de 7,086 bilhões de dólares, o pior já registrado desde o início da série histórica iniciada em 1947, informou o Banco Central nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam um déficit de 6,950 bilhões de dólares no mês passado.

No acumulado em 12 meses encerrados em janeiro, o déficit em conta corrente do país ficou em 2,17 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

O BC informou ainda que os investimentos estrangeiros diretos no país somaram 5,433 bilhões de dólares em janeiro, insuficientes para cobrir o rombo da conta corrente no mês passado.

"Há uma tendência de ampliação do déficit que reflete o crescimento da economia e, portanto, a maior demanda por parte de brasileiro por bens e serviços do exterior seja para consumo, para bens de capital ou investimento", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

As despesas com viagens internacionais ficaram deficitárias em 1,335 bilhão de dólares em janeiro passado, enquanto que as remessas de lucros e dividendos ficaram negativas em 981 milhões de dólares no período. Em janeiro de 2011, essas contas haviam mostrado saldo negativo de 1,177 bilhão de dólares e 1,879 bilhão de dólares, respectivamente.

A despesa com juros ficou negativa em 1,627 bilhão de dólares, contra um déficit de 1,879 em janeiro de 2011.

No mês passado, o investimento de estrangeiros em ações negociadas no país atingiu 4,291 bilhões de dólares, contra 732 milhões de um ano antes. Títulos em renda fixa negociadas no país ficou positiva em 555 milhões de dólares, contra um déficit de 470 milhões no mesmo período do ano passado.

Compensação

No mês passado, o BC previa que o déficit em conta corrente do país ficaria em 6,7 bilhões de dólares em janeiro, quase 50 por cento superior ao IED esperado para o período, de 4,5 bilhões de dólares.


O descasamento deve ser a regra neste ano, com o IED não conseguindo financiar o déficit em conta corrente integralmente. Para este ano, a autoridade monetária prevê que o investimento produtivo de for a somará 50 bilhões de dólares, enquanto que o déficit em conta corrente ficará em 65 bilhões de dólares.

As remessas de lucros e dividendos feitas por multinacionais instaladas no país têm sido uma das principais razões para o rombo nas contas externas brasileiras. Em dezembro, por exemplo, as remessas somaram 4,741 bilhões de dólares, chegando a 38,166 bilhões em 2011 todo.

Com isso, o país fechou dezembro com déficit em transações correntes de 6,040 bilhões de dólares, sendo que no ano passado todo, o rombo atingiu 52,612 bilhões de dólares, contra 47,323 bilhões de dólares em 2010. Apesar do salto, os investimentos produtivos foram suficientes para cobrir o déficit no período.

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