Economia

Déficit da Previdência não é de mentirinha, diz ministro

"Você pode fazer a conta do jeito que quiser fazer, mas a maneira certa é contar o que entra e diminuir o que sai", disse o ministro do Planejamento

Meirelles e Dyogo: "o déficit está aumentando de maneira muito rápida. Ele passou de R$ 50 bilhões em 2010 para R$ 150 bilhões", disse Dyogo (Valter Campanato/Agência Brasil)

Meirelles e Dyogo: "o déficit está aumentando de maneira muito rápida. Ele passou de R$ 50 bilhões em 2010 para R$ 150 bilhões", disse Dyogo (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2017 às 17h06.

Brasília - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta terça-feira, 25, que o déficit da Previdência no Brasil não é de "mentirinha", ao contrário do que pregam entidades como a Associação Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip).

"O déficit da Previdência não é de mentirinha nem inventado. Você pode fazer a conta do jeito que quiser fazer, mas a maneira certa é contar o que entra e diminuir o que sai", afirmou Oliveira.

O ministro participa nesta tarde de um evento sobre reforma da Previdência na sede do jornal Correio Braziliense. O debate é patrocinado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), que acusa o governo de mentir sobre a necessidade da reforma.

Para eles, não há déficit da Previdência porque o governo não contabiliza receitas que seriam parte da conta. A equipe econômica nega que isso seja verdade, uma vez que a Previdência Social é diferente da Seguridade Social, que inclui também Saúde e Assistência Social.

Oliveira rebateu os argumentos e disse que o déficit tem crescido de forma acelerada por conta do envelhecimento da população, dos ganhos salariais das últimas décadas e da formalização do mercado de trabalho - o que elevou o número de trabalhadores protegidos pela Previdência Social.

"O déficit está aumentando de maneira muito rápida. Ele passou de R$ 50 bilhões em 2010 para R$ 150 bilhões", disse.

Diante desse quadro, o governo avaliou a reforma da Previdência como tema prioritário, justamente por conta da urgência em encontrar uma trajetória mais sustentável dos gastos com a área.

"Temos de resolver primeiro o problema mais urgente. A Previdência já é 50% das despesas primárias, por isso veio primeiro. É o maior problema das contas públicas", disse. "O custo de manutenção desse sistema também aumentou, e ele aumentou mais do que as receitas desse sistema

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