Economia

Déficit da conta-petróleo deve continuar caindo, diz MDIC

A perspectiva, segundo Roberto Dantas, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do ministério, é que a conta-petróleo fique mais equilibrada


	Plataforma de petróleo: produção de junho aumentou 6,9% sobre junho do ano passado
 (Sérgio Moraes/Reuters)

Plataforma de petróleo: produção de junho aumentou 6,9% sobre junho do ano passado (Sérgio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 19h41.

brasília - O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Roberto Dantas, disse hoje (1°) que o aumento da produção de petróleo continuará melhorando a situação da conta-petróleo, deficitária em US$ 10,8 bilhões de janeiro a agosto deste ano, ante déficit de US$ 16,3 bilhões no mesmo período de 2013.

“A conta-petróleo deve continuar apresentando redução expressiva em relação ao que foi no ano passado”, disse.

Dantas fez a declaração em coletiva de imprensa para comentar os resultados da balança comercial de agosto, que ficou superavitária em US$ 1,168 bilhão, e foi decisiva para reverter o déficit que se registrava desde o início de 2014.

Agora, a balança comercial acusa saldo de US$ 249 milhões no acumulado do ano.

O diretor destacou o crescimento de 32,6% nas exportações brasileiras de petróleo e derivados no acumulado do ano, ante o mesmo intervalo de tempo em 2013.

Com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ele disse que em agosto foram exportados 504 mil barris por dia, acima de maio e junho, quando foram embarcados 488 mil e 489 mil barris por dia, respectivamente.

A produção de junho aumentou 6,9% sobre junho do ano passado, e a produção acumulada de janeiro a junho cresceu 7,6% sobre igual período de 2013.

A perspectiva, segundo ele, é que a conta-petróleo fique mais equilibrada.

Mas, em função de o Brasil não produzir petróleo leve, adequado à produção de gasolina, ela não deve ficar superavitária.

Dantas comentou ainda a situação da soja. De janeiro a agosto deste ano, os embarques da commodity (produto básico com cotação internacional) cresceram 14,4%, e o valor negociado aumentou 9,6%, segundo o critério da média diária.

Houve recorde tanto em quantidade embarcada quanto em ganhos. Em agosto, no entanto, tanto um quanto outro recuaram.

O total embarcado caiu de 5,4 milhões de toneladas para 4,1 milhão de toneladas ante igual período de 2013 - redução equivalente a 24%.

A média diária negociada recuou 22,7%, de US$ 131,6 milhões para US$ 101,7 milhões.

De acordo com Roberto Dantas, a queda pode ser atribuída ao fato de 2013 ser uma base comparativa alta.

“Na pauta como um todo, a soja é o principal produto das exportações no ano. Continua tendo embarque forte. No ano passado, [em agosto] teve algumas antecipações [de embarque], principalmente para o mercado chinês. Se não fosse isso, [o embarque deste ano] teria sido recorde. Mas há embarques significativos, [a soja] continuará contribuindo para as exportações brasileira” disse.

Segundo ele, o volume embarcado este ano supera o registrado em 2011 e 2012.

O diretor ressaltou que a soja é afetada pela queda de preços das commodities no mercado internacional, mas registrou o menor recuo de janeiro a agosto: de 4,2%. A quantidade embarcada tem compensado a depreciação.

No caso do milho em grão, cujo preço recuou 25,9%, e do minério de ferro, cujo valor recuou 15% no período, não ocorreu o mesmo.

Os ganhos com os produtos recuaram, respectivamente, 48,5% e 9,5% de janeiro a agosto.

“O volume [de commodities embarcadas] atenuou a queda, mas o efeito preço [impactou mais em alguns casos]”, segundo ele.

O diretor comentou também a queda nas importações de bens de capital, matérias-primas e de produtos intermediários, admitindo relação com desaquecimento econômico.

“A importação reflete a atividade econômica. Se você tem uma atividade desaquecida, um câmbio equilibrado, isso vai se refletir tanto na produção interna quanto na demanda por produtos importados”, declarou.

Com relação a parceiros de negócios, o comércio com a Argentina segue em queda, em função da crise econômica no país.

Em agosto, as vendas para o país vizinho recuaram 32,8%; e de janeiro a agosto, a queda acumulada é 23,5%.

Para o fim do ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mantém a previsão de fechamento da balança com superávit, sem divulgar números.

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