Economia

Déficit comercial dos Estados Unidos registra queda em abril

Em abril, o déficit comercial dos Estados Unidos caiu 2,1% e chegou a 46,2 bilhões de dólares

EUA: as importações americanas caíram 0,2%, a 257,4 bilhões (Chung Sung-Jun/Getty Images)

EUA: as importações americanas caíram 0,2%, a 257,4 bilhões (Chung Sung-Jun/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 6 de junho de 2018 às 11h11.

Última atualização em 6 de junho de 2018 às 14h28.

O déficit comercial americano caiu em abril, pelo segundo mês consecutivo, graças ao recorde das exportações e ao menor ritmo de importações de bens da China, de acordo com números oficiais divulgados nesta quarta-feira (6).

As exportações continuam em alta graças à crescente demanda de milho e soja americanos, assim como de combustível e outros derivados de petróleo.

No setor de bens e serviços as exportações subiram 0,3%, a 211,2 bilhões de dólares, o maior resultado já registrado.

As importações caíram 0,2%, a 257,4 bilhões.

O déficit comercial dos Estados Unidos caiu 2,1% em abril, a 46,2 bilhões de dólares. O resultado foi melhor que os analistas esperavam, que previam alta de 3,4%.

Apesar das quedas de março e abril, o déficit para os primeiros quatro meses de 2018 foi quase 12% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

A redução do déficit acontece em um momento no qual outras economias se preparam para uma guerra comercial depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio.

Os outros países membros do G7 denunciaram as medidas como protecionistas e pretendem adotar represálias. A União Europeia anunciou nesta quarta-feira que um pacote de "contra-medidas", que afetará os bens americanos, será divulgado em julho.

Uma escalada da tensão comercial poderia ter consequências sobre o comércio mundial similares às provocadas pela crise financeira de 2008, alertou o Banco Mundial.

Comércio global ameaçado

"Um aumento nas tarifas (...) poderia se traduzir em um declínio nos fluxos comerciais mundiais próximo a 9%, semelhante à queda registrada durante a crise financeira de 2008/2009", observa o Banco Mundial em um relatório sobre crescimento da economia global.

Cerca de 10 anos após o início da recessão, a economia mundial está evoluindo dinamicamente (+3,9% esperados para este ano), especialmente graças às trocas de bens e serviços, cujo volume deve aumentar 5,1% este ano, após atingir expansão de 4,9% em 2017.

O fantasma de uma guerra comercial esteve no centro das negociações dos ministros das Finanças e dos governadores dos bancos centrais do G7 no Canadá na semana passada.

Os chefes de Estado, que se reunirão na sexta-feira e no sábado em Quebec, também não conseguirão evitar essa questão espinhosa.

Aliados e parceiros dos Estados Unidos pediram repetidamente ao governo Trump que interrompa sua política protecionista agressiva, temendo que isso comprometa a força da recuperação econômica global.

Diante da falta de reação de Washington, os europeus anunciaram nesta quarta-feira medidas de retaliação contra alguns produtos americanos, incluindo jeans, uísque e motocicletas, que entrarão em vigor "em julho".

Na terça-feira, o México, que renegocia o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) com os Estados Unidos e o Canadá, publicou uma lista de produtos norte-americanos que incluem carne de porco, uísque, queijo e maçã, que estarão sujeitos a tarifas de importação.

Europa, Canadá, México e Japão apelaram à Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como a China e a Rússia, contra as medidas impostas por Washington.

Acompanhe tudo sobre:Déficit comercialEstados Unidos (EUA)ExportaçõesImportações

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs