Economia

Decisão do Fed não muda política e programa do BC

BC brasileiro anunciou em 22 de agosto um programa regular de oferta de dólares até o fim do ano, num montante total de US$60 bilhões


	O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "da nossa perspectiva, o programa (de câmbio) é adequado, está funcionando bem. Então não há notícias do nosso lado sobre esse assunto"
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "da nossa perspectiva, o programa (de câmbio) é adequado, está funcionando bem. Então não há notícias do nosso lado sobre esse assunto" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 13h52.

São Paulo - A decisão do Federal Reserve de manter o ritmo de compras de títulos para estimular a economia norte-americana, que surpreendeu o mercado na semana passada, não muda a política monetária e o programa de câmbio brasileiros, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Depois de uma escalada do dólar ante o real desde maio, o BC brasileiro anunciou em 22 de agosto um programa regular de oferta de dólares até o fim do ano, num montante total de 60 bilhões de dólares, para reduzir a volatilidade do câmbio e oferecer proteção a empresas.

Na semana passada, depois que o Fed manteve o ritmo do estímulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o BC brasileiro poderia diminuir a intervenção no câmbio --o que foi negado por Tombini nesta segunda.

"Da nossa perspectiva, o programa (de câmbio) é adequado, está funcionando bem. Então não há notícias do nosso lado sobre esse assunto", disse Tombini em teleconferência com a imprensa estrangeira, quando questionado sobre a possibilidade de diminuir a oferta diária de dólares pelo BC brasileiro.

Ele também afirmou que a recente decisão do Fed de continuar a injetar 85 bilhões de dólares mensalmente na economia dos EUA não muda a política monetária brasileira. O BC iniciou em abril deste ano um ciclo de alta do juro básico para controlar a inflação, elevando a taxa Selic da mínima histórica de 7,25 por cento, para 9 por cento ao ano.

O mercado espera nova elevação do juro em 0,50 ponto na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em outubro. Há dúvidas, no entanto, sobre o ritmo de aperto monetário depois disso.

Sobre as ações do Fed, Tombini disse ser construtivo o processo de redução gradual dos estímulos nos EUA, afirmando que quanto mais gradual a mudança, melhor para os emergentes.

Para ele, o mundo já está em "transição de políticas muito acomodativas e não-convencionais para um mundo de condições monetárias e financeiras normais". "O 'timing' para isso é incerto neste momento, mas eu diria que já estamos no processo de transição", afirmou.

ECONOMIA Para Tombini, o cenário internacional está ficando melhor, o que beneficiará países emergentes, como o Brasil. "Vemos estabilização na Europa, vemos a China conduzindo seu modelo de crescimento num caminho positivo e construtivo, vemos a recuperação dos EUA ganhando mais força", disse.

Sobre a economia brasileira, o presidente do BC disse estar "cautelosamente" otimista. "Há grande potencial de aumentar o potencial de crescimento do Brasil, estamos numa situação muito perto do pleno emprego e temos que colocar muita ênfase agora em investimentos e aumento da produtividade", declarou.

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