Para o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, um acordo de que um esforço sério para reduzir os crescentes déficits é inevitável (.)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2010 às 11h20.
Busan, Coreia do Sul - O Grupo das 20 maiores economias do mundo chegou a um compromisso incerto no sábado sobre o ritmo dos cortes orçamentários necessários para acalmar os mercados financeiros do mundo, que andam sofrendo por causa da crise da dívida na Europa.
Ministros das finanças do G20 tentaram aumentar a confiança dos investidores globais dizendo que estão prontos a proteger a recuperação econômica mundial e destacando a importância de colocar em ordem as contas públicas.
Sem referirem-se especificamente aos problemas de dívida na zona do euro, o G20 disse que a volatilidade recente nos mercados é um lembrete de que ainda há desafios importantes apesar de a recuperação econômica mundial estar acontecendo num ritmo mais rápido que o esperado.
"Os países com sérios desafios fiscais precisam acelerar o ritmo de consolidação. São muito bem-vindos os anúncios recentes de que alguns países vão reduzir seu déficit e reforçar sua estrutura fiscal e suas instituições já em 2010", disse o G20 em comunicado após dois dias de reuniões.
O euro despencou ao nível mais baixo em quatro anos frente ao dólar na sexta-feira em parte por causa de temores de que a Hungria pode estar prestes a enfrentar uma crise de dívida soberana como a da Grécia, que recebeu um pacote de resgate de 110 bilhões de euros dos outros países da zona do euro.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que na reunião chegou-se a um acordo de que um esforço sério para reduzir os crescentes déficits é inevitável.
Mas ele disse que os Estados Unidos e outros países do G20 também haviam brigado para que houvesse um esforço maior para aumentar o consumo.
"Há várias opiniões diferentes", disse Schaeuble a repórteres.
Geithner diplomático
Perguntado se houve alguma discussão acalorada, o vice-ministro das Finanças sul-coreano, Shin Je Yoon disse: "Sim, é claro que houve muita intensidade".
Numa carta enviada aos ministros na quinta-feira, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, disse que o crescimento global pode ser menor do que o potencial a não ser que outros países ajudem a demanda mundial a se recuperar à medida que as famílias nos EUA, sob o peso de suas dívidas, reduzem gastos.
Geithner destacou a necessidade de o Japão e "países europeus onde há um superávit comercial" - o que significa principalmente a Alemanha - aumentarem o consumo interno.
A China, que também tem um importante superávit das contas externas, deveria permitir que sua moeda valorizasse para promover o consumo interno.
Autoridades dos EUA têm pedido à Alemanha que não tenha muita pressa em cortar seu próprio déficit fiscal, que é modesto para os padrões europeus.
Mas em declarações a repórteres depois da reunião, Geithner usou um tom mais pacífico.
"Tenho a impressão de que eles entendem o quanto é importante para a Alemanha, a Europa e o mundo que a Alemanha continue a crescer", disse ele.