Economia

De olho na OCDE, governo busca elevar produtividade de empresas

Programa incluirá consultoria individualizada para a empresa melhorar processos de gestão

Palácio do Planalto: rebatizado de "Brasil Mais", o programa é uma expansão reformulada do "Brasil Mais Produtivo", lançado no governo Dilma (Paulo Whitaker/Reuters)

Palácio do Planalto: rebatizado de "Brasil Mais", o programa é uma expansão reformulada do "Brasil Mais Produtivo", lançado no governo Dilma (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 10h08.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2020 às 10h11.

Brasília — Com o diagnóstico de baixa produtividade da economia brasileira e de olho em aumentar as chances de integrar o "clube dos países ricos" da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o governo lançará neste mês um novo programa para aumentar a produtividade de pequenas e médias empresas.

A iniciativa deve ser anunciada pelo Ministério da Economia no fim de fevereiro e atender de 250 mil a 300 mil empresas até 2022.

Rebatizado de "Brasil Mais", o programa é uma expansão reformulada do "Brasil Mais Produtivo", lançado no governo Dilma Rousseff e que atendeu 3 mil empresas entre 2016 e 2018.

"As pequenas e médias empresas brasileiras têm em média 20% da produtividade das grandes. Queremos chegar à média da OCDE, que é de 50%. Se isso ocorrer, o Brasil poderá crescer mais de 4% ao ano", disse o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa.

O Brasil Mais incluirá uma consultoria individualizada para a empresa melhorar processos de gestão, planejamento e desenvolvimento de produtos.

Prevê também a participação de empresários e funcionários em cursos online e ações para digitalização das empresas, além do fornecimento de softwares e plataformas com tecnologia para controle de vendas e estoques, entre outros. Haverá uma contrapartida paga pela empresa, que irá de R$ 1.150 a R$ 6.000.

Ainda não há uma meta numérica para o novo programa, mas a ideia é que isso seja estabelecido no primeiro ano do Brasil Mais. Um piloto com 24 empresas que foram submetidas ao novo formato mostrou um aumento de até 64% na produtividade.

Os custos ainda estão sendo calculados e serão bancados por entidades do Sistema S, como parte do acordo firmado pelo governo no ano passado que prevê o redirecionamento desses recursos e a redução dos encargos sobre a folha de pagamento que financiam as entidades. "Queremos garantir que os recursos estejam alinhados com as políticas públicas e tenham efetividade", acrescentou Costa.

O programa será tocado pelo Senai, com foco no atendimento de indústrias, pelo Sebrae, para comércio e serviços, e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que será responsável por desenvolver plataformas e cursos digitais. Não haverá recursos do orçamento da União.

Digital

Além de aumentar o número de empresas em relação ao antecessor, o "Brasil Mais" expandiu os atendimentos para os setores de comércio e serviços, além da indústria, que já era contemplada.

A principal diferença, no entanto, é que parte da consultoria será agora feita digitalmente, reduzindo as horas da visita de consultores em cada empresa, o que representava o principal custo do programa.

Se no anterior os consultores ficavam 180 horas em cada empresa, no novo cairá para menos de 60 horas. O restante do processo será feito digitalmente ou em turmas.

Ainda na transição, o então "Brasil Mais Produtivo" chamou a atenção da equipe de Guedes pelo custo baixo e retorno significativo. Com orçamento de R$ 50 milhões, o programa aumentou em 52% a produtividade das empresas.

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