Economia

CVM vê risco de paralisação por restrição orçamentária

A Comissão de Valores Mobiliários divulgou relatório e voltou a mostrar preocupação com a restrição orçamentária, em função do ajuste fiscal do governo


	Real: falta de pessoal e de investimentos em tecnologia preocupa a autarquia, que vê a possibilidade de ver comprometido “de forma contundente e determinante” o cumprimento eficaz de seu mandato regulatório
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Real: falta de pessoal e de investimentos em tecnologia preocupa a autarquia, que vê a possibilidade de ver comprometido “de forma contundente e determinante” o cumprimento eficaz de seu mandato regulatório (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2016 às 19h49.

A Comissão de Valores Mobiliários divulgou hoje seu relatório semestral de supervisão baseada em risco e voltou a mostrar preocupação com a restrição orçamentária, em função do ajuste fiscal promovido pelo governo.

A falta de pessoal e de investimentos em tecnologia preocupa a autarquia, que vê a possibilidade de ver comprometido “de forma contundente e determinante” o cumprimento eficaz de seu mandato regulatório.

Os riscos, diz, podem levar à paralisação de atividades e sistemas, inclusive daqueles necessários às ações de supervisão e fiscalização do mercado de capitais.

A CVM afirma que desde o ano passado reduz despesas e já cancelou “contratos importantes”, sem citar quais.

No entanto, diz, a alocação de recursos em montante inferior ao necessário a expõe a riscos operacionais e de imagem superiores àqueles ordinariamente administrados, que podem afetar suas atividades e ter impacto nas avaliações independentes internacionais.

A CVM avalia que poderá ver rebaixada a nota a ela atribuída pela IOSCO, organização internacional que reúne os órgãos reguladores de diversos países .

“Problemas decorrentes da insuficiência de recursos orçamentários podem configurar o descumprimento dos Princípios 2 e 3 da IOSCO, que estabelecem, respectivamente, que o regulador deve ser ´operacionalmente independente e dispor de recursos adequados ao desempenho de suas funções´”, diz o documento.

A falta de recursos compromete as atividades do ponto de vista de pessoal e de investimentos em sistemas informatizados para o acompanhamento do mercado.

“Nesse cenário, o comprometimento ou, no limite, o não cumprimento, pela CVM, de suas atribuições legais, pode vir a afetar a credibilidade do órgão regulador e o desenvolvimento do mercado de capitais eficiente, íntegro e seguro no Brasil”, diz o texto.

Segundo o documento, apesar de já ter feito várias solicitações, não há previsão de um concurso público para completar seus quadros.

O último ocorreu em 2010, com o ingresso de 243 servidores entre 2011 e 2015. No entanto, entre 2010 e abril de 2016, 178 servidores dos quadros de nível superior e intermediário deixaram a CVM, 88 em razão de aposentadoria e 90 por outras vacâncias (exoneração ou ocupação de cargo inacumulável).

Há ainda, 54 aposentadorias previstas no curto prazo – até 2017, acrescidas das possíveis exonerações no período, o que levarão a um retrocesso nos quadros da CVM ao mesmo patamar de 2010, quando foi realizado o concurso.

Sem providências, no curto prazo, a CVM estará atuando com um déficit de aproximadamente 27% de servidores.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalCVMGoverno

Mais de Economia

Pix por aproximação estará disponível em carteira digital do Google semana que vem, diz Campos Neto

Com expectativa sobre corte de gastos, Lula se reúne com Haddad e Galípolo

Haddad afirma que não há data para anúncio de corte de gastos e que decisão é de Lula