Indústria: na avaliação da CNI, o aumento de 8,3% no custo de produção é o maior desde 2008, quando o índice subiu 8,6%. (REUTERS/Stringer)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2013 às 14h39.
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou hoje (14) que o setor teve custo 6,3% superior em 2012 em comparação ao ano anterior (2011). As informações são do Indicador de Custos Industriais referente ao quarto trimestre do ano passado. O levantamento considera o custo de produção, de capital de giro e com impostos.
De acordo com os dados da confederação, os preços dos produtos manufaturados subiram 4,9% de um ano para o outro, com redução na margem de lucro das empresas. O principal fator para esse resultado, informou a CNI, foi o custo com produtos intermediários importados e com pessoal, sendo que os gastos com insumos e matérias-primas importados aumentou 15,3% no ano. Por outro lado, destacou a confederação, o custo de capital de giro ficou menor e teve queda de 24,8%.
Na avaliação da CNI, o aumento de 8,3% no custo de produção é o maior desde 2008, quando o índice subiu 8,6%. O destaque foi a elevação nas despesas com pessoal (10,8%) e com produtos intermediários (7,8%), liderado pelos preços dos importados (15,3%). O custo de energia subiu 4,3%.
Mesmo com alta de 5,6% no custo tributário, observada na comparação entre 2011 e 2012, a entidade destaca que no quatro trimestre do ano passado houve queda de 0,8% em relação ao mesmo período de 2011 devido aos impactos das medidas tomadas pelo governo para diminuir a carga tributária da indústria, como a desoneração da folha de pagamentos e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Outro fator, considerado positivo, foi a queda de 24,8% do custo de capital de giro, patrocinada pela política de redução dos juros do Banco Central e dos bancos públicos.
De qualquer forma, conclui a CNI, o crescimento dos custos industriais está perdendo força. “A alta no quarto trimestre sobre o mesmo período de 2011 foi 6,1%, enquanto no terceiro havia sido 8%. Tal movimento está atrelado à perda de ritmo do crescimento do custo com pessoal e com insumos importados, bem como à queda nos custos tributários e de capital de giro”, indica o estudo, acrescentando que o comportamento recente da taxa de câmbio sugere uma perda de importância no processo de recuperação da competitividade da indústria.
Para os industriais, a manutenção desse processo em 2013 demanda mais ações para a queda do custo Brasil: tanto os custos de produção da indústria, como os gastos sistêmicos da economia brasileira.