Economia

Custo de transporte deve cair no Mato Grosso com BR-163

Segundo estudo, após a concessão do trecho da rodovia, o custo com o transporte deve cair 11% para cada tonelada de grãos transportada


	Trecho da BR-163: para os produtores de soja, a queda de custo significa que haverá ganho de competitividade para o agronegócio
 (Wikimedia Commons)

Trecho da BR-163: para os produtores de soja, a queda de custo significa que haverá ganho de competitividade para o agronegócio (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 08h32.

São Paulo - Quando o trecho da BR-163 no Mato Grosso foi concedido à iniciativa privada no leilão de rodovias federais em novembro do ano passado, muitos produtores ficaram na dúvida se os ganhos com a melhoria das estradas de fato compensariam o pagamento dos pedágios.

Um estudo sobre a relação custo benefício da concessão indica que a resposta é sim. Em Mato Grosso, o custo com o transporte deve cair 11% para cada tonelada de grãos transportada.

"A redução é grande. Não apenas vai cobrir o pagamento do pedágio, como abrir espaço para uma economia no transporte da safra - significa que haverá ganho de competitividade para o agronegócio", diz Luiz Nery Ribas, diretor técnico Associação de Produtores de Soja e de Milho do Mato Grosso (Aprosoja -MT). O levantamento foi feito pelo Instituto Mato-Grossense de Economia e Agropecuária (Imea), a pedido da divisão local da Aprosoja.

A área de concessão da BR-163 tem 850,9 quilômetros, entre os municípios de Sorriso, ao norte do Estado, e Itiquira, na divisa com Mato Grosso do Sul. Os cálculo foram feitos para o trecho entre Sorriso e Rondonópolis, que equivalem a 65% do trajeto concedido.

Na época da colheita da soja, por exemplo, nesse pedaço da estrada circulam cerca de 11 milhões de toneladas de grãos, praticamente metade da produção local de todo o Mato Grosso.


Segundo Ribas, a redução de 11% no custo do transporte de cada tonelada de grãos inclui uma série de economias oferecidas por estradas mais adequadas: o corte no gasto com a manutenção e conserto dos caminhões; um número menor de acidentes, incluindo com feridos e mesmo com mortes; o ganho de tempo que será oferecido pela duplicação da rodovia; e também um grande alívio na perda da própria carga, uma vez que o sacolejar das caçambas por estradas mal conservadas costuma arremessar parte dos grãos para a estrada.

Ganhos

O ganho com essa sequência de benefícios cobriria com folga o frete. Pelas estimativas do Imea, o frete no trecho avaliado será de R$ 3,45 para cada tonelada transportada.

Um exemplo prático: neste momento, segundo Ribas, o frete está em R$ 91. Supondo-se que a estrada já estivesse totalmente modernizada, o frete seria 11% menor, ou seja, por volta de R$ 81. Descontando o frete, ainda haveria um ganho de R$ 6,6 por tonelada transportada.

"É preciso deixar claro: o primeiro beneficiado por esse ganho é o responsável pelo transporte - as tradings, como Bunge e Cargill", diz Ribas. "Caberá a elas repassá-lo ao produtor."

Elso Pozzobon, que cultiva cerca de 2. 500 hectares em Sorriso, o ponto de partida da concessão, tem convicção de que os ganhos na logística vão chegar para quem produz.

O seu raciocínio é simples. "Hoje a conta do transporte cai na costa do produtor - pneu furado, caminhão que tomba, todos os custos são descontados do preço da saca de soja ou milho que vendemos." E tanto é assim que o preço do frete costuma ser um valor atrelado ao valor da saca ou da tonelada do grão. "Se o transporte ficar mais barato e for mais ágil, não tem como o nosso ganho não melhorar", diz Pozzobon. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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