Economia

Cuba entra em recessão econômica após duas décadas

Governo da ilha projetou que o Produto Interno Bruto do país deverá recuar 0,9% em 2016

Cuba: esta é a primeira vez desde 1995 que o governo socialista prevê um resultado negativo do PIB (AFP/Reprodução)

Cuba: esta é a primeira vez desde 1995 que o governo socialista prevê um resultado negativo do PIB (AFP/Reprodução)

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AFP

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 08h37.

Última atualização em 28 de dezembro de 2016 às 09h28.

Abalada pela crise da Venezuela, Cuba entrou em recessão pela primeira vez em mais de duas décadas, ao registrar uma queda de 0,9% do PIB em 2016, após um crescimento de 4,4% no ano passado.

"As limitações no fornecimento de combustíveis e as tensões financeiras se agravaram no segundo semestre, levando à queda do Produto Interno Bruto de 0,9%", afirmou o presidente Raúl Castro.

Esta é a primeira vez desde 1995 que o governo socialista prevê um resultado negativo do PIB, de acordo com a série estatística.

No início dos anos 1990, a ilha comunista enfrentou sua pior crise com a dissolução da União Soviética, com contrações da economia que chegaram a 15% em apenas um ano.

Para 2017, "persistirão tensões financeiras e desafios que podem inclusive recrudescer em determinadas circunstâncias", afirmou Raúl Castro. Mesmo assim, ele prevê que a economia retomará "o caminho ascendente" e o PIB crescerá moderadamente "ao redor de 2%".

A situação na Venezuela explica em grande parte a contração da economia cubana. O principal aliado da ilha passa por uma profunda crise política, com a pressão da oposição para afastar o presidente Nicolás Maduro do poder, e uma economia no vermelho.

A Venezuela reduziu este ano em 40% o fornecimento de petróleo a Cuba, o que por sua vez incidiu na queda da arrecadação procedente da troca de combustível por serviços médicos.

O governo cubano também culpou o embargo americano, em vigor desde 1962 e que o presidente Barack Obama tentou aliviar com a eliminação de várias restrições, que Havana considera importantes, mas insuficientes

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