Economia

Cuba anuncia novo regime cambial com 'maior flexibilidade'

Primeiro-ministro cubano declara mudanças no câmbio oficial para atrair moeda estrangeira e combater mercado ilegal

Câmbio em Cuba: novas medidas para flexibilizar o regime monetário (AWelshLad/Getty Images)

Câmbio em Cuba: novas medidas para flexibilizar o regime monetário (AWelshLad/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 16h36.

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O governo de Cuba anunciou nesta quarta-feira, 18, a implementação de um novo regime cambial no país. O sistema será marcado por uma maior flexibilidade, substituindo o modelo de câmbio fixo e adotando um formato que reflita as "condições de oferta e procura".

O primeiro-ministro, Manuel Marrero, apresentou as mudanças durante um discurso na Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP). Ele não especificou, entretanto, a data de implementação ou a taxa inicial entre o peso cubano (CUP) e o dólar americano.

Segundo Marrero, o principal objetivo é permitir que o sistema bancário estatal seja competitivo nas negociações cambiais, que hoje ocorrem majoritariamente no mercado informal. A expectativa é que isso ajude o Estado a captar moeda estrangeira, essencial para a economia do país.

"Isso já foi aprovado", afirmou Marrero, destacando a intenção de integrar o banco estatal ao mercado cambial e combater o mercado negro. Atualmente, o dólar é negociado no mercado informal por aproximadamente 320 CUP, enquanto as taxas oficiais variam entre 24 CUP para pessoas jurídicas e 120 CUP para pessoas físicas.

Flexibilização também alcançará empresas

Outra medida anunciada foi a autorização para que empresas possam cobrar produtos e serviços diretamente em moeda estrangeira, desde que obtenham permissão prévia do Estado. Marrero reconheceu que a economia cubana já está parcialmente "dolarizada" devido à existência de um mercado de câmbio ilegal.

A introdução do novo sistema, que ocorrerá de forma gradual, tem como meta atrair confiança da população e incentivar a venda de moedas estrangeiras ao sistema bancário oficial. Atualmente, a maioria das transações ocorre no mercado negro, a uma taxa mais atrativa que as oficiais.

"É preciso garantir que o banco não fique à margem desse mercado", concluiu o primeiro-ministro.

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