Tombini: mais cedo, ele tinha afirmado que Brasil vive há 15 anos com inflação sob controle (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2014 às 17h32.
Rio - As previsões para a inflação no Brasil vêm trazendo sucessivamente números subestimados, segundo estudo apresentado por Wagner Gaglianone, economista do Banco Central, durante o XVI Seminário Anual de Metas para a Inflação, no Rio.
Para a economista Raffaella Giacomini, da University College London, que foi escalada pelos organizadores para comentar o estudo, uma das possíveis explicações para a sistemática subestimação seria o fato de que o país vem apresentando taxas de inflação acima do centro da meta, o que acaba criando expectativas por um arrefecimento.
De acordo com um economista de uma gestora de recursos, a explicação de Raffaella colocou o Banco Central, que organizou o seminário, numa "saia justa".
"Como está sendo a inflação com relação à meta? Tem sido acima da meta em boa parte da amostra", afirmou Raffaella.
Segundo a economista, os analistas erroneamente acreditaram que a inflação poderia convergir para o centro da meta, mas essa prova de confiança na habilidade do BC de controlar a inflação arrefeceu após serem vistas seguidas violações da meta.
"As previsões erradamente acreditavam que a inflação poderia ser trazida para baixo na meta", acrescentou.
Mais cedo, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, tinha afirmado que o Brasil vive há 15 anos com a inflação sob controle.
Outra fonte do mercado financeiro explicou que, como o IPCA está há muito tempo longe do centro da meta, isso coloca sempre nas projeções de inflação um viés esperando que convirja para o centro.
"Ela fez uma crítica ao BC. Como o BC está há muito tempo com inflação fora do centro da meta, acaba colocando viés nas projeções. Não foi uma crítica direta, mas ficou esse recado", avaliou a fonte ao Broadcast.