Economia

Cristina Kirchner ordena importação de tomates do Brasil

Governo está preocupado em manter o novo congelamento de preços, iniciado na segunda, sem sobressaltos

Funcionário seleciona tomates em uma fazenda de Salto, 100 km a oeste de São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

Funcionário seleciona tomates em uma fazenda de Salto, 100 km a oeste de São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 19h48.

Buenos Aires - A presidente Cristina Kirchner ordenou ao ministro da Economia, Axel Kicillof, que implemente a importação de tomates do Brasil. O anúncio foi realizado pelo chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich. Segundo ele, a compra tem o objetivo de "garantir o abastecimento" do produto, já que há riscos de escassez por problemas climáticos nos próximos dez dias.

Além disso, o governo Kirchner está preocupado em manter o novo congelamento de preços, iniciado na segunda-feira, sem sobressaltos. "Se possível, queremos os tomates (do Brasil) a preços inferiores aos do mercado, o que seria muito melhor", disse Capitanich.

O preço do quilo do tomate nas quitandas está 10,50 pesos (RS$ 3,80) em média na capital do país. Capitanich disse que o objetivo são os "preços protegidos". O Mercado Central da República Argentina será o encarregado da importação.

Capitanich informou ainda que o governo Kirchner poderia decidir nos próximos dias a importação de outros produtos alimentícios com objetivo de combater a eventual alta de preços de seus similares nacionais.

A decisão implica uma guinada na política protecionista dos últimos cinco anos, ao longo dos quais a administração Kirchner privilegiou os produtores nacionais, mesmo que isso provocasse alta da inflação, cuja existência - paradoxalmente - o governo nega.

Congelamento. O governo Kirchner deu início ao terceiro congelamento de preços em menos de um ano. O primeiro, lançado em fevereiro do ano passado, abrangendo 12,5 mil produtos, fracassou em meados do ano e foi substituído por uma versão menor, de 500 produtos.

Na ocasião, a presidente Cristina anunciou que o novo congelamento contaria com a fiscalização rigorosa de milhares de militantes de organizações kirchneristas em todo o país. Esses militantes, no plano original, entrariam nos supermercados para verificar quais empresários estavam "traindo a pátria" ao remarcar preços. No entanto, esse congelamento preços também fracassou.

O novo congelamento, mais modesto, abrange 194 produtos da cesta básica e está sendo aplicado somente nas redes de supermercados da capital e nos municípios da Grande Buenos Aires, onde reside um terço da população do país.

Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, o congelamento será revisado a cada três meses. O ministro, porém, usa a expressão "acordo de preços" e também não fala em inflação, citada como "dispersão de preços".

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaAmérica LatinaArgentinaComércioComércio exteriorTrigo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto