Economia

Cristina Kirchner designa gerente-geral da YPF

Miguel Galuccio é especialista na localização e exploração de hidrocarbonetos, com mais de 20 anos de experiência internacional na indústria de gás e petróleo

Companhia petrolífera estava sob a gestão de um grupo de interventores dirigidos pelo ministro do Planejamento (Juan Mabromata/AFP)

Companhia petrolífera estava sob a gestão de um grupo de interventores dirigidos pelo ministro do Planejamento (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 20h57.

Buenos Aires -  A presidente argentina, Cristina Kirchner, promulgou nesta sexta-feira a lei de desapropriação das ações da Repsol na YPF e designou Miguel Galuccio, um experiente profissional do setor, para comandar uma petrolífera ''moderna, competitiva, alinhada com a direção do país''.

Acolhida pelo governo, governadores, empresários, sindicalistas e dirigentes governistas, e no meio de vivas, aplausos e hinos peronistas, Cristina assinou a lei de desapropriação da YPF que, além disso, declara de interesse público o autoabastecimento de hidrocarbonetos.

A presidente anunciou a nomeação de Galuccio, um profissional do setor petrolífero com mais de 20 anos de experiência internacional que enfrenta o difícil desafio de fazer da YPF ''uma empresa moderna, competitiva e alinhada com a direção do país'', nas palavras de Cristina.

''Vamos desenvolver a tarefa com profundo sentido político e patriótico'', afirmou a governante.

Galuccio, de 44 anos, natural da cidade argentina de Paraná, foi repatriado de Londres, onde trabalhava como executivo de projetos da Schlumberger, a maior empresa de serviços de prospecção e perfuração petrolífera do mundo.

Sua nomeação terá que ser ratificada na assembleia de acionistas da YPF, convocada para o dia 4 de junho.

Desde o dia 16 de abril, quando Cristina decretou a intervenção da YPF e enviou ao Parlamento a proposta de desapropriação, a companhia petrolífera estava sob a gestão de um grupo de interventores dirigidos pelo ministro do Planejamento, Julio de Vido, e pelo vice-ministro de Economia, Axel Kicillof.


''Galuccio é um engenheiro que trabalhou na YPF e que representa um símbolo, recuperar os que foram embora quando aconteceu o que aconteceu na Argentina'', acrescentou Cristina em alusão à emigração argentina durante a crise econômica de 2001.

Cristina Kirchner pretende conseguir ''uma YPF absolutamente, moderna, competitiva, com gente profissional e com uma direção com a tendência de voltar a ter superávit e autoabastecimento na Argentina''.

Para a presidente, o desafio da companhia petrolífera consiste, além disso, em demonstrar que da parte do Estado pode-se ser eficiente e que os interesses de uma empresa podem ser contraditórios aos interesses de um país.

Cristina aproveitou para reivindicar ''um compromisso por parte de todas as empresas que se dedicam à produção de petróleo e gás na Argentina''.

''Não me chateia o fato de os empresários ganharem dinheiro, ao contrário, para isso são empresários, e querem ter sua rentabilidade, ninguém gosta de perder, mas esta rentabilidade tem que estar de acordo com o crescimento e sustentabilidade da economia'', acrescentou.

A presidente agradeceu à oposição o apoio à iniciativa governamental no trâmite parlamentar, após a contundente maioria que respaldou a desapropriação tanto no Senado como no Parlamento.

''Apelo para a unidade, para a sensatez e para a memória: unidos, com sensatez e com a memória de nossos fracassos, e com nossa inteligência somos capazes de superar a História, como o estamos fazendo'', disse Cristina.

Após a desapropriação, as ações da YPF foram divididas entre Estado (26,03%), Grupo Petersen da família Eskenazy (25,46%), províncias petrolíferas (24,99%), Repsol (6,43%) e 17% continuarão sendo cotadas nas bolsas de Buenos Aires e Nova York.

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