Economia

Crise na zona do euro não dificulta rolagem da dívida pública federal

Brasília - Embora o mercado financeiro internacional se mostre apreensivo com a crise na zona do euro, o Tesouro Nacional não tem tido grandes dificuldades para rolar a dívida pública federal. Segundo o secretário do Tesouro, Arno Augustin, os problemas no Brasil ocorrem, às vezes, porque o mercado financeiro doméstico tem a tendência de pedir […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Embora o mercado financeiro internacional se mostre apreensivo com a crise na zona do euro, o Tesouro Nacional não tem tido grandes dificuldades para rolar a dívida pública federal.

Segundo o secretário do Tesouro, Arno Augustin, os problemas no Brasil ocorrem, às vezes, porque o mercado financeiro doméstico tem a tendência de pedir taxas mais elevadas pelos títulos públicos do que o Tesouro está propenso a pagar. Ele disse que as ofertas têm sido recusadas e vêm ocorrendo mesmo antes da crise europeia.

"Isso, de alguma forma, continua a ocorrer, mais por uma avaliação [dos agentes do mercado] sobre o crescimento da economia doméstica e por fatores internos, como a evolução das taxas de juros, do que propriamente como resultado da crise internacional", explicou.

A decisão da Alemanha de adotar medidas que tiveram grande repercussão no mercado financeiro, como a proibição de operações a descoberto com eurobônus, também não preocupa o secretário. Para ele, o impacto será episódico, já que as medidas vão acomodar internacionalmente os preços dos ativos (papéis). Augustin acredita que o efeito maior será o fato de as bolsas serem interligadas, do que por outros motivos.

"Não será um impacto de médio prazo. Especificamente no Tesouro estamos muito tranquilos. Toda a nossa rolagem internacional está encaminhada e não temos necessidade de moeda estrangeira".

Augustin criticou a morosidade dos governantes europeus para adotar medidas que contornem a crise na região, mas admitiu que pelo menos alguma coisa está sendo feita para resolver os problemas. Ele afirmou que a crise atual não terá o mesmo impacto que teve a do ano passado.

"Até porque o mundo acabou de sair de uma outra crise cujos ajustes foram feitos. Inclusive , patrimonial e ajustes nos bancos", disse. A mesma avaliação ele faz sobre o Brasil porque considera que o país tem bons fundamentos econômicos. Para ele, uma coisa é a reação dos mercados financeiros a uma crise que existe. Outra coisa é essa mesma crise afetar o crescimento do país .

"Agora, o Brasil está sofrendo menos. Acho que os fundamentos do Brasil estão bem absorvidos pelo mundo. A gente está muito tranquilo".

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