Espanha: o secretário destacou o cenário macro do país, "com um crescimento de cerca de 3%, um superávit da balança, uma inflação negativa, um financiamento com baixos custos e uma economia aberta" (Andrea Comas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2016 às 16h01.
São Paulo - O secretário de Estado de Comércio do governo interino da Espanha, Jaime García-Legaz Ponce, afirmou nesta sexta-feira que o bloqueio político vivido pelo país não representa um impedimento para que as empresas do exterior façam investimentos.
"Não por esperar um governo com plenas funções, as empresas vão desperdiçar a oportunidade de investir na Espanha", ressaltou o secretário em entrevista à Agência Efe após um encontro com empresários na Câmara de Comércio Espanhola em São Paulo.
García-Legaz ressaltou o interesse das empresas do país no novo programa de concessões e privatizações lançado pelo governo do presidente de Michel Temer, mas informou que também apresentará as oportunidades na Espanha para as companhias brasileiras.
"A presença de empresas brasileiras na Espanha até agora é limitada, não são muitas as empresas brasileiras instaladas", afirmou García-Legaz, que ressaltou que a recuperação econômica do Brasil também depende que as companhias do país se abram ao mundo.
Além disso, o secretário destacou o cenário macroeconômico da Espanha, "com um crescimento de cerca de 3%, um superávit da balança de pagamentos, uma inflação negativa, um financiamento com baixos custos e uma economia aberta".
"Na Espanha, há um governo desempenhando funções, com muito poucas limitações, só as que derivam da impossibilidade de aprovar leis. Estamos administrando o orçamento e a situação com absoluta normalidade. E a situação política não é nenhum impedimento para se investir na Espanha", acrescentou.
Na missão também participou o vice-presidente da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE), Joaquin Gay de Montellá, que destacou que a visita ao Brasil se produz em um momento importante com "grandes reformas" no horizonte.
"A recuperação do Brasil mostra um cenário diferente. Brasil e Rússia serão os grandes mercados em 2017, os mercados de arrasto na economia global dos grandes países", disse Montellá à Efe.
O vice-presidente da CEOE não se posicionou sobre o novo governo de Temer, mas afirmou que os empresários esperam que as regras do jogo "sejam previsíveis".
Além de se reunir com empresários, o secretário de Comércio se reunirá com autoridades do governo de São Paulo. Ontem, García-Legaz se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, e do secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco.