Economia

Crise na zona do euro se aprofunda e chance de recessão é alta

O índice de gerentes de compras (PMI) da S&P Global mostrou contração pelo sétimo mês seguido em dezembro, com queda para 47

Zona do Euro: Os economistas esperavam uma ligeira melhora, embora ainda previssem que o indicador permanecesse abaixo do nível de 50, que indica expansão (Alex Kraus/Bloomberg)

Zona do Euro: Os economistas esperavam uma ligeira melhora, embora ainda previssem que o indicador permanecesse abaixo do nível de 50, que indica expansão (Alex Kraus/Bloomberg)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de dezembro de 2023 às 13h52.

A atividade do setor privado na zona do euro piorou neste final de ano, o que aumenta a probabilidade de que a economia já tenha entrado em recessão.

O índice de gerentes de compras (PMI) da S&P Global mostrou contração pelo sétimo mês seguido em dezembro, com queda para 47. Os economistas esperavam uma ligeira melhora, embora ainda previssem que o indicador permanecesse abaixo do nível de 50, que indica expansão. Houve queda tanto na indústria quanto no setor de serviços.

“Os números pintam um quadro desanimador. A economia da zona do euro não apresenta nenhum sinal claro de recuperação”, disse o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, Cyrus de la Rubia. “A probabilidade de que a zona do euro esteja em recessão desde o terceiro trimestre permanece notavelmente elevada.”

Os dados de sexta-feira — que também mostraram que os fluxos de novos negócios caíram acentuadamente — reforçam os sinais de que a economia encolhe pelo segundo trimestre consecutivo. As últimas previsões do Banco Central Europeu, publicadas na quinta-feira, eram de ligeira melhora no atual trimestre.

Os PMIs para Alemanha e França mostraram que a recessão se aprofundou nas duas maiores economias da região.

Os rendimentos dos títulos alemães e o euro caíram após a divulgação dos números. O mercado precifica cerca de 1,5 ponto percentual de cortes de juros do BCE em 2024.

Geopolítica, relutância dos clientes e a batalha do BCE contra inflação foram algumas das razões dadas para o desempenho fraco na Alemanha. A incerteza sobre as finanças públicas do país também pode ter pesado sobre a atividade, afirmou a S&P Global.

Há um “número crescente de empresas que relatam uma redução da atividade tanto nos setores de serviços como no setor industrial”, disse de la Rubia. “Isso confirma nossa visão de um segundo trimestre consecutivo de crescimento negativo até o final do ano.”

O Bundesbank previu mais cedo que a Alemanha quase não crescerá em 2024, depois de uma contração este ano.

Os dados franceses apontam para uma contração de 0,2% no último trimestre do ano, informou a S&P Global, depois de uma queda de 0,1% nos três meses até setembro.

“A economia francesa está afundando no atoleiro da recessão”, disse Tariq Kamal Chaudhry, economista do Hamburg Commercial Bank. “Os participantes da pesquisa atribuem os níveis mais baixos de atividade às fracas condições de demanda, redução do poder de compra dos clientes e à lentidão geral da economia – o que não é uma boa notícia para o crescimento no final do ano.”

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