Economia

Crise internacional durará muitos anos, diz Malan

Para o ex-ministro da Fazenda, a crise atingiu países emergentes trazendo o risco de afetar o crescimento potencial de longo prazo


	"É um desafio que se coloca com muita clareza para nós todos aqui, inclusive o Brasil", disse Pedro Malan
 (Bruno Spada/Agência Brasil)

"É um desafio que se coloca com muita clareza para nós todos aqui, inclusive o Brasil", disse Pedro Malan (Bruno Spada/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 14h35.

Rio de Janeiro - Passados cincos anos, ficou claro que a crise internacional é grave e levará muitos anos para ficar para trás, atingindo países emergentes e trazendo o risco de afetar o crescimento potencial de longo prazo de diversos países, afirmou nesta sexta-feira o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. "Não era uma 'marolinha'", disse Malan ao fim das palestras da manhã no seminário "Para onde vai a América Latina", organizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.

Segundo o economista, o desenrolar da crise internacional também mostrou que os países emergentes não estão imunes e serão afetados. Além disso, o cenário envolve dois riscos para todos os países. O primeiro é mais cíclico, está relacionado ao processo de desalavancagem dos setores público e privado, será superado um dia e pode ser tratado ou mitigado com "políticas fiscal, monetária e creditícia".

O segundo, de longo prazo, é mais grave e estrutural, segundo Malan. "É o risco de essa crise afetar a própria taxa de crescimento do produto potencial", afirmou. "Esse segundo risco, de efeito sobre a taxa de crescimento sustentável no longo prazo, tanto no mundo desenvolvido quanto no em desenvolvimento, é muito maior, porque envolve questões mais estruturais", afirmou Malan.

Entre os desafios estruturais, o ex-ministro citou questões ligadas à produtividade, ao custo unitário do trabalho, à competitividade internacional, à tecnologia, ao capital físico e humano, aos marcos regulatórios, ao ambiente de negócios propício ao investimento privado e a um setor público minimamente eficiente.

O fato de a crise mais forte agora na Europa exigir, dos países europeus mais problemáticos, ação rápida nesses campos não tira a necessidade de os emergentes também atuarem. "É um desafio que se coloca com muita clareza para nós todos aqui, inclusive o Brasil", completou.

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