Economia

Crise econômica leva OMS a cortar programas e demitir

A maior agência de saúde deve instaurar um amplo pacote de austeridade que inclui o fim de programas para o combate de certas doenças e a demissão de mil funcionários

OMS: ao final de 2012, o buraco nas contas da entidade bateu um recorde, com a falta de US$ 547 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para financiar seu orçamento de US$ 3,4 bilhões (Wikimedia Commons)

OMS: ao final de 2012, o buraco nas contas da entidade bateu um recorde, com a falta de US$ 547 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para financiar seu orçamento de US$ 3,4 bilhões (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 09h17.

Genebra - Maior agência de saúde do mundo, a OMS é vítima da crise internacional e se vê obrigada a instaurar um amplo pacote de austeridade que inclui o fim de programas para o combate de certas doenças, a demissão de quase mil funcionários, a inutilização de 2,5 mil impressoras e até o corte de voos em classe executiva.

Ao final de 2012, o buraco nas contas da entidade bateu um recorde, com a falta de US$ 547 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para financiar seu orçamento de US$ 3,4 bilhões.

Desde 2011, houve um corte de 20% nos programas de combate a doenças crônicas e de 10% na liberação de recursos para programas nacionais de tuberculose e de malária. Pelo menos outros 25 programas sofreram uma redução de 13%, incluindo combate ao tabaco, doenças vasculares e saúde mental.

Nos últimos 20 anos, a OMS se posicionou como ator central na definição de políticas de saúde no mundo. Já os governos passaram a desenvolver o que ficou conhecido como "diplomacia da saúde", ao usar questões sociais e doenças para defender seus interesses.

O resultado foi a ampliação sem precedentes das funções da OMS, inclusive com a construção de novos edifícios para abrigar funcionários.

"Em certo momento, estacionar o carro na OMS pelas manhãs se transformou em uma batalha", diz uma funcionária do programa de combate ao cigarro. De Ebola a novas gripes, passando por aids, obesidade, álcool, envelhecimento, poluição e até acidentes de trânsito, a entidade multiplicou seus programas.

Agora, porém, governos deixam claro que não têm como manter o financiamento à entidade, um debate que ganha força diante da necessidade de a OMS definir nos próximos meses seu orçamento até 2015.

Para a máquina funcionar, a entidade conta com uma contribuição obrigatória dos países que é definida com base no tamanho do PIB de cada um. Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que dezenas de países estão com pagamentos atrasados. No total, os governos estão devendo mais de US$ 100 milhões. 

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