Economia

Crise e dólar alto elevam ocupação da rede hoteleira no Rio

Ano novo na cidade será um dos mais procurados de todos os tempos


	Praia de Copacabana: a ocupação é mais intensa nos bairros do Leblon, de Ipanema e de Copacabana
 (Tânia Rêgo/ABr)

Praia de Copacabana: a ocupação é mais intensa nos bairros do Leblon, de Ipanema e de Copacabana (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2015 às 13h06.

Rio de Janeiro - As dificuldades econômicas no país, com o endividamento das famílias chegando a mais de 60% das famílias, e o dólar valorizado em relação ao real farão do Réveillon do Rio de Janeiro um dos mais procurados de todos os tempos.

Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), isso fará lotar os hotéis da cidade.

Segundo a Abih-RJ, a taxa média de ocupação da rede hoteleira está em torno de 77%, um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao ano passado.

O vice-presidente da associação, Paulo Michel, comemora o índice elevado de ocupação dos hotéis e diz que a crise financeira favoreceu a cidade, do ponto de vista financeira.

A ocupação é mais intensa nos bairros do Leblon, de Ipanema e de Copacabana, na zona sul da cidade, onde estão os estabelecimentos mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros.

Segundo Paulo Michel, o aumento da taxa de ocupação para as festas de Natal e Réveillon deve-se também ao incremento significativo do número de quartos nos hotéis, do ano passado para este ano.

“Não há dúvida de que a crise favoreceu o Rio do ponto de vista turístico. A situação é muito boa e deverá melhorar ainda mais para o Carnaval", afirmou Michel, que espera uma virada de ano com hotéis praticamente lotados.

"Com a valorização do dólar frente ao real [e o alto índice de endividamento das famílias, como constatou pesquisa divulgada na semana passada pela Fundação Getulio Vargas], os turistas brasileiros e estrangeiros estão priorizando o Brasil neste período de férias. E o Rio, sem dúvida, é o destino mais procurado pelos turistas, inclusive os estrangeiros, que aproveitam a valorização da moeda americana”, disse o vice-presidente da Abih-RJ à Agência Brasil.

Ele informou que a oferta de vagas nos hotéis da cidade, que no ano ano passado estava em torno de 30 mil quartos, este ano subiu para mais de 40 mil. “São mais 10 mil quartos, dos quais de 6 mil a 7 mil passaram a ser disponibilizados na Barra da Tijuca, na zona oeste. Mas, felizmente, para o setor, este crescimento foi acompanhado também pelo aumento da demanda.”

“Os hotéis mais procurados são os do Leblon e de Ipanema, onde a taxa de ocupação está em 94%. Lá, a procura é maior pelos hotéis 5 estrelas [principalmente por turistas estrangeiros, que aproveitam a valorização do dólar]. Na Barra, a taxa de ocupação estpa em 65% e, em Copacabana, em 88%, até agora.”

Paulo Michel disse que a Abih-RJ está convicta de que a conjuntura atual fará desta temporada uma das mais concorridas da história da cidade. 

“Durante o verão, a demanda será bastante aquecida, até porque não há mudanças previstas na política cambial, o que vai nos favorecer."

Para ele, a crise atual é o principal fator, porque o dólar subiu muito e viajar para o exterior ficou caro.

"Com isso, o brasileiro vai procurar lugares dentro do próprio país, e aí o Rio é o melhor destino. E o dólar caro traz o turista estrangeiro. Então, temos um incremento significativo de estrangeiros também.” 

Para o carnaval, Michel estima taxa de ocupação da rede hoteleira superior a 80%.

“Realmente o Rio de Janeiro está enfrentando uma situação bastante diferenciada, e ainda vêm por aí as Olimpíadas. É  uma oportunidade impar para a cidade se impor no mundo com um polo turístico de envergadura”, afirmou.

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