Economia

Crise do Brasil afetará PIB do país, diz ministro argentino

"O Brasil pode determinar se nós crescemos ou caímos", disse Prat-Gay, durante sua participação em um evento em Madrid


	Macri e ministro Alfonso Prat-Gay: "A Argentina quer fazer parte do diálogo, não do problema, como até agora"
 (Enrique Marcarian / Reuters)

Macri e ministro Alfonso Prat-Gay: "A Argentina quer fazer parte do diálogo, não do problema, como até agora" (Enrique Marcarian / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 09h51.

Madri - A atual crise vivida pelo Brasil, com um governo interino e uma desaceleração econômica, vai provocar uma queda de 1,5 ponto percentual no crescimento da Argentina neste ano, afirmou nesta terça-feira o ministro da Fazenda e de Finanças Públicas do país, Alfonso Prat-Gay.

"O Brasil pode determinar se nós crescemos ou caímos", disse Prat-Gay, durante sua participação em um evento organizado pela Agência Efe e a Casa da América em Madrid, ao lado do ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos.

No cargo desde dezembro do ano passado, Prat-Gay declarou que no mundo atual, "muito incerto", é necessário muito diálogo.

"A Argentina quer fazer parte do diálogo, não do problema, como até agora", disse em alusão ao anterior governo de Cristina Kirchner.

O ministro argentino apresentou as possibilidades que seu país oferece para investidores espanhóis e repetiu a incumbência dada pelo presidente Mauricio Macri antes dele viajar para a Espanha: "avisar que se apressem para investir na Argentina", disse.

"Se tiver investimento e criação de emprego, serão bem-vindos", declarou Prat-Gay.

O ministro ofereceu como garantia a nova política de seu governo, no poder desde o final do ano passado, disposto a assumir seus compromissos internacionais e a saldar as dívidas contraídas.

"Para termos credibilidade precisamos cumprir com nossas dívidas e com as sentenças", afirmou, em referência ao acordo entre o governo argentino e seus credores que aconteceu em Nova York.

Ele também falou da tarefa de seu governo para combater a inflação e reduzir o déficit, ao mesmo tempo em que procura melhorar a situação das camadas mais vulneráveis da sociedade.

Prat-Gay insistiu que o objetivo é chegar em 2019 com uma inflação de 5%, contra 25% prevista para este ano, assim como descer o déficit um ponto do PIB, em um momento no qual a economia não está crescendo.

Presidente do Banco Central da Argentina entre 2002 e 2004, Prat-Gay defendeu a independência "de fato" da instituição e insistiu que as metas de inflação são definidas pelo governo e executadas pelo Banco Central.

"Nós gostaríamos de baixar os impostos no futuro", antecipou, mas "não enquanto a economia não cresça fortemente", especificou.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCrise econômicaCrise políticaeconomia-brasileiraIndicadores econômicosPIB

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito