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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.
O crime organizado movimenta, anualmente, 2 trilhões de dólares no mundo, sendo que 1,4 trilhão passam pelo sistema financeiro. Para se ter uma idéia da magnitude desse "negócio", basta comparar com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que beira os 500 bilhões de dólares, praticamente, 25% do que o crime organizado fatura por ano. O levantamento é do órgão contra Drogas e Crime da Organização das Nações Unidas (UNODC, na sigla em inglês) e foi divulgado nesta quarta-feira, na abertura do Encontro Internacional de Combate à Lavagem de Dinheiro e Recuperação de Ativos, que ocorre no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, até sexta-feira (3/9).
Segundo Giovanni Quaglia, representante da UNODC, os números representam quase 5% do PIB mundial. "É difícil chegar a dados muito confiáveis em relação ao crime organizado mas, entre os experts, este é o consenso. A maioria dos valores circula no sistema financeiro e a corrupção é o crime que mais movimenta a lavagem de dinheiro", afirma Quaglia.
Dos 2 trilhões de dólares, 1 trilhão são da corrupção; de 300 bilhões a 400 bilhões vêm das drogas, e entre 300 e 400 bilhões são do tráfico de armas. O restante equivale a tráfico de seres humanos, contrabando e roubo de carga, segundo o representante da ONU. Quaglia afirmou que não há dados específicos para o Brasil. "Mas no país, há uma elevada troca de carros roubados por drogas e de drogas por armas, que não passa pelo sistema financeiro", diz.
No seminário, Quaglia afirmou que, nos últimos anos, os avanços no combate ao crime organizado se deram mais nos atos normativos do que na prática. "Mais países assinaram as convenções internacionais, acordos bilaterais, mas este é um caminho a médio e longo prazo. Temos que lembrar que a Conferência Internacional do Crime Organizado foi assinada em 2000 e ratificada no início deste ano pelo Brasil. Estamos bem no início."
Quaglia lembrou que a quebra do sigilo bancário facilitaria o combate ao crime organizado. "Deve-se, no entanto, respeitar os interesses individuais que são muito importantes em um regime democrático."
As informações são da Agência Brasil.