Economia

Crescimento do PIB previsto é de 1,5% no 3º tri de 2012

Mauricio Molan disse que a taxa básica de juros de um só dígito ''chegou para ficar''


	Após o último corte do Banco Central a taxa de juro foi fixada em 7,5%, o percentual mais baixo da história
 (Divulgação/Banco Central)

Após o último corte do Banco Central a taxa de juro foi fixada em 7,5%, o percentual mais baixo da história (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 19h31.

São Paulo - O Banco Central manterá as taxas de juros em um dígito e a economia do país crescerá 1,5% no terceiro trimestre do ano, segundo as previsões divulgadas nesta terça-feira pelo Banco Santander no Brasil.

O economista-chefe de pesquisa macroeconômica do Santander, Mauricio Molan, disse hoje que a ''retomada'' do crescimento da economia ''já é uma realidade'' e previu um aumento do PIB de 1,5% para o terceiro trimestre do ano e de 1,7% para 2012.

Em pronunciamento à imprensa, Molan acrescentou que a taxa básica de juros de um só dígito ''chegou para ficar''. Após o último corte do Banco Central a taxa foi fixada em 7,5%, o percentual mais baixo da história.

Além disso, disse que as pressões inflacionárias voltarão a ser um desafio para o governo e que a alta dos preços deve chegar a 5,4% este ano e 6% no ano que vem.

O especialista explicou que as autoridades políticas têm margem para a retirada de alguns dos incentivos aprovados nos últimos meses para estimular o crescimento.

Molan também afirmou que nos próximos 10 anos a economia brasileira crescerá abaixo dos 4% anuais, a menos que se adotem medidas ''mais agressivas'' para incrementar a poupança e impulsionar os investimentos.

O economista desmentiu a teoria do alto endividamento dos brasileiros, ao afirmar que 45% das famílias não se consideram devedoras.

''O brasileiro não é um grande tomador de crédito'', disse. Por outro lado, afirmou que as altas taxas de juros cobradas pelos bancos levam a um elevado ''compromisso de renda'' para fazer frente aos empréstimos.

Segundo suas previsões, o crédito anual deve crescer entre 15% e 18% de forma sustentável conforme os juros forem caindo.


Molan destacou que a competitividade está na lista das prioridades do governo e que a falta de infraestrutura, assim como a carga tributária do país, são os dois obstáculos que mais preocupam a indústria.

Já Marcelo Audi - chefe do departamento de Estratégia em Economia do Banco Santander no Brasil - mostrou-se otimista em relação às perspectivas de crescimento e garantiu que o investidor confundiu a dinâmica cíclica da economia com seus fundamentos estruturais.

Audi explicou que haverá uma recuperação da economia, por isso o banco aconselha uma ''estratégia mais agressiva e de maior exposição'' na bolsa.

Além disso, anunciou uma maior diversificação da renda variável com menor dependência dos valores relacionados com as matérias- primas.

''O mercado está mais desenvolvido, tem maior diversificação e isso é um sinal extraordinariamente saudável. O mercado está mais sofisticado e com mais alternativas de investimento'', declarou.

Os economistas anteciparam hoje suas previsões um dia antes do início da conferência anual do Santander, um evento que reúne cerca de 180 pessoas com o objetivo de se analisar as oportunidades de investimento. 

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