Economia

Crescimento da América Latina é decepcionante, diz diretor da S&P

No Brasil, a maior economia da região, o diretor disse que a agência está aguardando para ver se reformas planejadas irão se concretizar

S&P: "A região está bastante decepcionante", acrescentou (Stan Honda/AFP)

S&P: "A região está bastante decepcionante", acrescentou (Stan Honda/AFP)

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Reuters

Publicado em 24 de agosto de 2017 às 21h26.

Buenos Aires - A América Latina provavelmente irá ter um crescimento modesto de 1 por cento ou menos como região neste ano, à medida que governos se esforçam para passar reformas após anos de populismo e más administrações econômicas, disse nesta quinta-feira um diretor-gerente da Standard & Poor's.

Isto é muito abaixo da taxa de crescimento de 2,5 por cento projetada para os Estados Unidos e de 6 por cento para a Ásia, disse Roberto Sifón Arévalo, que acompanha ratings soberanos na América Latina para a agência de classificação de risco.

"Muitos países, especialmente os grandes na região, estão saindo de altos preços de commodities que permitiram muito populismo, com muitos gastos e pouco controle e isto possui um custo", disse em entrevista.

"A região está bastante decepcionante", acrescentou.

No Brasil, a maior economia da região, Sifón Arévalo disse que a agência está aguardando para ver se reformas planejadas irão se concretizar. Na semana passada, a S&P manteve a classificação do Brasil em "BB", embora ela tenha perspectiva negativa.

Sifón Arévalo elogiou os esforços de reformas do presidente de centro-direita da Argentina, Mauricio Macri, desde que assumiu no final de 2015, mas disse que gostaria de ver o déficit fiscal reduzido mais rápido na terceira maior economia da região.

"O nível da dívida continua crescendo", disse.

Na Colômbia, que aprovou uma reforma fiscal no final do ano passado, Sifón Arévalo disse que a S&P gostaria de ver novos números fiscais antes de decidir se irá alterar a classificação do país.

A S&P possui uma "estimativa de crescimento relativamente baixa" para o Peru por conta de efeitos de um escândalo de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht, que atrasou projetos de obras públicas.

Embora o Peru tenha uma classificação BBB+ de grau de investimento, Sifón Arévalo disse que "há dois anos estava muito mais confortável neste nível de classificação do que está agora".

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