Economia

Credores da Grécia creem que governo vai realizar reformas

Ao mesmo tempo que os 19 ministros das Finanças da zona do euro se reúnem em Luxemburgo para discutir, entre outros assuntos, a perspectiva da economia grega


	Premiê grego, Alexis Tsipras: o orçamento irá delinear as reformas exigidas pelos credores para a liberação da ajuda internacional de 86 bilhões de euros
 (REUTERS/Christian Hartmann)

Premiê grego, Alexis Tsipras: o orçamento irá delinear as reformas exigidas pelos credores para a liberação da ajuda internacional de 86 bilhões de euros (REUTERS/Christian Hartmann)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2015 às 14h48.

Luxemburgo - Os credores europeus da Grécia manifestaram nesta segunda-feira a esperança de que o novo governo eleito cumpra com as promessas de reforma da economia, o que abriria o caminho para a liberação de bilhões de euros do último resgate internacional e ajudaria no potencial pagamento da dívida.

Ao mesmo tempo que os 19 ministros das Finanças da zona do euro se reúnem em Luxemburgo para discutir, entre outros assuntos, a perspectiva da economia grega, o primeiro-ministro Alexis Tsipras garantiu que a apresentação do orçamento para 2016 seja feita ainda nesta segunda-feira.

O orçamento irá delinear as reformas exigidas pelos credores para a liberação da ajuda internacional de 86 bilhões de euros. Sem o cumprimento dessas regras, a Grécia não seria capaz de receber os recursos do pacote e poderia ser forçada a sair da zona do euro.

"Há muito trabalho a ser feito", disse Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças da zona do euro. "É do interesse da Grécia entregar isso o mais rápido o possível."

Dijsselbloem disse ainda que a Grécia deve adotar uma parte das reformas antes de os credores começarem a discutir como aliviar a carga da dívida do país.

A Grécia tem o apoio dos fundos de resgate europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2010. Apesar de anos de cortes de gastos e aumento de impostos exigidos pelos credores, o país ainda não está em condições de cumprir os seus compromissos de dívida por conta própria.

Como exigência para o terceiro pacote de resgate, cujas negociações se arrastaram durante meses em meio ao impasse entre o gabinete de Tsipras e credores, o governo grego se comprometeu em entregar uma série de medidas, como um aumento de impostos, reformas no mercado de trabalho e privatizações.

Pierre Moscovici, Comissário dos Assuntos Econômicos da Comissão Europeia, disse acreditar que Tsipras "vai cumprir com as promessas".

"Estou confiante de que há uma vontade comum de evitar um novo drama, uma nova tragédia na Grécia, mas ao mesmo tempo também temos de estar vigilantes", disse Moscovici no encontro em Luxemburgo. "Há uma dinâmica positiva nas relações entre a zona do euro e a Grécia."

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, que sugeriu no início deste ano que a Grécia deveria sair temporariamente da zona do euro, adotou um tom conciliador em sua chegada na reunião de segunda-feira.

"É um pouco cedo para falar sobre atrasos nas reformas", desconversou.

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