Economia

Crédito, massa de salários e carteira assinada afetam varejo

Esses fatores contribuíram para que as vendas no varejo tivessem em 2015 o pior desempenho da série histórica divulgada pelo IBGE


	Varejo: esses fatores contribuíram para que as vendas no varejo tivessem em 2015 o pior desempenho da série histórica divulgada pelo IBGE
 (Wikimedia Commons)

Varejo: esses fatores contribuíram para que as vendas no varejo tivessem em 2015 o pior desempenho da série histórica divulgada pelo IBGE (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 11h53.

Rio - O crédito mais caro, a massa de salários menor e a redução no número de postos de trabalho com carteira assinada contribuíram para que as vendas no varejo tivessem em 2015 o pior desempenho da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015, a conjuntura enfraqueceu, com piora do mercado de trabalho, menos trabalhadores com carteira assinada. Não é só a taxa de desocupação que cresceu, mas a qualidade do trabalho também diminuiu", notou a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes.

O varejo já opera 9,5% abaixo do pico de vendas, registrado em novembro de 2014.

Em dezembro de 2015, as vendas do varejo caíram 7,1% em relação a dezembro de 2014. No mesmo período, o número de vagas com carteira assinada no setor privado recuou 5%, o equivalente a 603 mil postos formais a menos.

A taxa de juros do crédito para pessoa física aumentou de 37,3% ao ano em dezembro de 2014 para 47,3% ao ano em dezembro de 2015.

Em relação a dezembro de 2014, os principais impactos negativos para a formação da taxa geral foram de móveis e eletrodomésticos (-17,7%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,7%).

"Alimentos têm relação direta com a renda (menor). E, em relação aos eletrodomésticos, a gente tem os juros para pessoa física (mais altos) e, em 2014, essa atividade tinha alguma isenção de IPI (imposto sobre produtos industrializados) e agora não tem mais", lembrou Isabella.

Os demais recuos foram de tecidos, vestuário e calçados (-10,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,9%), combustíveis e lubrificantes (-10,0%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-15,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-14,9%).

Na direção oposta, o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos teve avanço de 3,1% frente a dezembro de 2014, o único com contribuição positiva.

No varejo ampliado, a retração foi de 11,0% em dezembro de 2015 ante dezembro de 2014, com influência também de veículos (-20,0%) e material de construção (-13,0%).

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