Economia

Crédito mais caro mantém enfraquecimento no comércio

Segundo o Serasa Experian, a tendência é de um crescimento mais modesto do setor ao longo deste semestre

Nos supermercados, o movimento teve expansão de 0,4% ante 0,7%  (Lia Lubambo/EXAME)

Nos supermercados, o movimento teve expansão de 0,4% ante 0,7% (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 11h53.

São Paulo - Depois de se manter estável em junho, o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio apresentou, em julho, uma leve recuperação com um taxa de 0,01%. A tendência, prevê o gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, é de um crescimento mais modesto ao longo deste semestre.

“Como reflexo do aperto monetário, bens com maior valor agregado e que dependem de crédito devem ter retração”, pondera o economista. Ele acredita que o índice ficará em 9% no fechamento deste ano, variação um pouco inferior à registrada no ano passado (10,3%).

Nos sete primeiros meses deste ano, o indicador acumula alta de 9,6% ante 10,5% verificado em igual período de 2010.

Em julho, houve um aumento na procura em três dos seis segmentos pesquisados pela Serasa com base nas consultas feitas por um conjunto de 6 mil empresas sobre os cadastros dos clientes. Entre eles estão o de tecidos, vestuário, calçados e acessórios com alta de 0,7% ante uma queda de 0,3%.

Nos supermercados, o movimento teve expansão de 0,4% ante 0,7% e de janeiro a julho alta de 5,5%. A mesma taxa de variação (0,4%) foi constatada em móveis, eletroeletrônicos e informática que havia ficado estável, em junho. Neste caso, segundo Luiz Rabi, o desempenho está associado ao câmbio.

Ele explicou que com o real valorizado ante o dólar norte-americano, muitas mercadorias, principalmente os eletroeletrônicos, entram no país com preços mais vantajosos e ainda impedem que haja reajustes dos similares nacionais, o que, obviamente, torna os importados mais atrativos no comércio varejista.

O comércio de veículos, motos e peças manteve-se em baixa de 1,6% ante -2,7%, indicando, portanto, uma redução no ritmo de decréscimo. Na comparação com julho de 2010 houve queda de 2,4% ante uma variação positiva em junho de 5,5%. A retração no ritmo de queda foi mais atenuada na procura pelos materiais de construção cuja taxa passou de -2,9% para -0,3%. Contudo, esse segmento lidera o movimento de vendas com alta de 12% desde o começo do ano e de 7,6% sobre o mesmo mês do ano passado.

Em combustíveis e lubrificantes, a taxa recuou 0,9% na comparação com junho que havia indicado queda de 0,2%. Sobre julho de 2010 houve crescimento de 8,2% e no acumulado do ano 8,4%.

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