Economia

Credit Suisse revê expansão do país para 1,2%, de 1,8%

As perspectivas mais pessimistas para Brasil, Chile e Peru motivaram os analistas do Credit Suisse a reduzir previsão de crescimento da América Latina em 2014


	Dinheiro: desaceleração em investimentos é principal motivo para reduzir previsão, dizem analistas
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Dinheiro: desaceleração em investimentos é principal motivo para reduzir previsão, dizem analistas (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 17h09.

São Paulo - Analistas do Credit Suisse afirmaram que os novos estímulos do Banco Central Europeu (BCE) devem apoiar o crescimento dos países emergentes, mas apontaram que, mesmo assim, esses mercados devem crescer menos este ano.

O banco cortou suas previsões de crescimento para a América Latina e para o Brasil em 2014 e 2015, mantendo a projeção de que a presidente Dilma Rousseff será reeleita este ano.

As perspectivas mais pessimistas para Brasil, Chile e Peru motivaram os analistas do Credit Suisse a cortar a previsão de crescimento da América Latina em 2014 de 2,2% para 2,0%. Para 2015, o corte foi de 3,1% para 2,9%.

Em relação ao Brasil, os analistas afirmaram que a desaceleração nos investimentos é o principal motivo para a previsão de crescimento de 1,2% este ano, ante estimativa anterior de expansão de 1,8%.

Em 2015, segundo eles, o país deve crescer 1,5% - um ponto porcentual a menos do que o previsto anteriormente.

"Nossa previsão anterior, publicada em novembro de 2013, contava com alguma recuperação na confiança das empresas e do consumidor. Desde então, porém, a confiança se deteriorou significativamente", afirmaram os analistas do banco.

"Agora acreditamos que uma recuperação significativa nos investimentos é improvável, pois exigiria um forte avanço da confiança nos próximos trimestres, o que não parece provável devido a diversos riscos."

Um desses riscos, segundo o Credit, é a possibilidade de um racionamento de energia em 2015. Nesse cenário, o banco prevê que as decisões de investimento continuarão sendo adiadas.

Apesar da desaceleração econômica no Brasil, a previsão do Credit é de que a inflação continuará próxima do teto da meta no segundo semestre, mas que a taxa básica de juros, a Selic, permanecerá inalterada em 11% até o fim do ano.

O banco também projeta que o dólar vai avançar para R$ 2,45 este ano. "Nossa expectativa de uma queda no fluxo de capital para o Brasil nos próximos meses é compatível com nossa projeção de depreciação da moeda local", apontaram os analistas.

Mesmo com o cenário pessimista, o banco não espera um novo rebaixamento do rating soberano do Brasil nos próximos trimestres.

Em março, a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou a nota do País de BBB para BBB-, citando principalmente a deterioração fiscal.

Eleições

Segundo o Credit Suisse, Dilma deve ser reeleita este ano. O banco destacou, porém, o grande número de eleitores indecisos ou que pensam em anular o voto.

Na pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 06, 17% dos entrevistados declararam voto em branco ou nulo, ante 16% em maio, enquanto o porcentual de indecisos passou de 8% para 13%.

"Essa alta porcentagem se deve possivelmente à enorme falta de interesse no processo eleitoral atual e ao fato de que os candidatos mais importantes de oposição ainda são amplamente desconhecidos pela população", afirmaram os analistas do banco.

"Portanto, é razoável esperar uma migração significativa dos indecisos, brancos e nulos para os candidatos de oposição nos próximos meses."

O banco ressaltou, porém, que Dilma leva vantagem no tempo de sua propaganda na televisão e que isso deve mantê-la na frente nas pesquisas de intenção de voto.

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