Economia

Corte no Orçamento será expressivo, afirma Aécio

Após reunião com o presidente Michel Temer, o senador disse que ainda não há uma decisão sobre o valor em questão

Aécio Neves: o senador e presidente do PSDB disse que seu partido vai defender tratamento mais brando para idosos de baixa renda e deficientes na reforma da Previdência, além de trabalhadores rurais (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)

Aécio Neves: o senador e presidente do PSDB disse que seu partido vai defender tratamento mais brando para idosos de baixa renda e deficientes na reforma da Previdência, além de trabalhadores rurais (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2017 às 19h56.

Última atualização em 21 de março de 2017 às 19h57.

Brasília - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o corte no Orçamento da União será expressivo.

Aécio, que se reuniu nesta terça-feira, 21, com o presidente Michel Temer, disse que ainda não há uma decisão dos ministérios da Fazenda e do Planejamento sobre o valor.

"Será um corte expressivo e temos que compreender sua necessidade", afirmou.

"O Brasil está mudando, não é mais o País da fantasia, dos números midiáticos, como assistimos durante toda a campanha eleitoral e que nos trouxe à pior e mais grave crise econômica e social da nossa história."

Também presidente do PSDB, Aécio disse que seu partido vai defender tratamento mais brando para idosos de baixa renda e deficientes na reforma da Previdência, além de trabalhadores rurais.

Aécio avalia que é preciso manter as regras para recebimento do Benefício Assistencial ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (BPC), que proporciona renda àqueles que comprovarem renda per capita inferior a 25% do mínimo.

Embora defenda a preservação dessas categorias, ele disse ser contra o aumento de impostos e acredita que apenas a retomada do crescimento será suficiente para pagar esses benefícios.

"Esperamos que o País retome a sua rota de crescimento. Apenas crescendo o País voltará a ter receitas capazes de pagar as suas despesas", disse.

Ele destacou que a PEC do teto é uma realidade, mas será inócua sem a reforma da Previdência.

"Restabelecendo a confiança na economia e atraindo capital para concessões, o País aumenta sua receita sem necessidade de aumento de impostos, que temos que evitar a todo custo, até o último momento", disse Aécio.

O senador afirmou ser a favor da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, mas disse que o Congresso pode não aprovar integralmente o texto proposto pelo governo.

"Ou se faz reforma, mesmo que não seja definitiva ou dos sonhos de alguns, ou os punidos e penalizados pela ausência dessa reforma serão aqueles que mais precisam", afirmou.

Ele disse ainda que o partido vai apoiar a CPI da Previdência, proposta pelo PT no Senado, pois avalia que os números serão confrontados e debatidos com transparência.

Aécio foi questionado sobre a citação de ministros de seu partido nas delações de executivos da Lava Jato - Bruno Araújo (Cidades) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores).

Ele disse que uma decisão sobre o eventual afastamento cabe ao presidente Michel Temer.

"Essa é uma questão afeita ao presidente da República, que saberá resolvê-la da melhor forma possível", disse.

Outros cinco tucanos também foram mencionados nas delações, inclusive Aécio. O senador disse ainda ser contra mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

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