Economia

Corte do IPI não reduzirá preço de automóveis

O consumidor deve se beneficiar da medida a longo prazo, não pelo repasse da isenção, mas pela melhora da competitividade da indústria

Presidente Dilma Rousseff lança o Plano Brasil Maior: programa prevê que o valor da desoneração do imposto deve ser usado pelas montadoras em projetos de inovação  (Roberto Stuckert Filho/PR)

Presidente Dilma Rousseff lança o Plano Brasil Maior: programa prevê que o valor da desoneração do imposto deve ser usado pelas montadoras em projetos de inovação (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2011 às 08h55.

São Paulo - A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as montadoras, conforme prevê o novo regime automotivo previsto no não vai resultar na queda imediata dos preços dos carros no mercado, confirmou ontem o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. "O consumidor vai se beneficiar ao longo dos anos, com a melhora da competitividade da indústria", afirmou.

A medida prevê a desoneração do IPI recolhido pelas montadoras com fábricas no Brasil até julho de 2016. O dinheiro, segundo prevê a Medida Provisória 540, só poderá ser usado em projetos de inovação tecnológica, investimentos e uso maior de peças feitas no País. O objetivo é estimular a competitividade com vistas a reduzir importações.

O governo ainda não definiu as bases da desoneração, como porcentuais de redução de IPI, produtos que serão beneficiados e as bases da contrapartida das fabricantes. A MP, segundo a Receita Federal, prevê redução de até 30 pontos porcentuais.

O texto dá margem ao mercado de supor que alguns veículos poderão ter o IPI zerado, já que, nos casos dos automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e tratores a alíquota máxima é de 25%. "Embora citado, acredito que o governo não vai zerar o IPI para nenhum veículo porque ele também depende da arrecadação, do contrário, quem vai pagar a conta?", questionou Belini.

Ontem ainda pairavam muitas dúvidas sobre o programa, principalmente porque não há prazo para sua conclusão, embora o governo tenha dito que vai se reunir com a indústria nos próximos 15 dias. Segundo Belini, ainda não há reunião agendada.

O nível de conteúdo local que os carros devem ter para serem beneficiados é um dos temas a definir. Hoje, para circular no Mercosul e México, os carros precisam ter no mínimo 60% de nacionalização. Ocorre que não há controle eficiente sobre esse conteúdo, conforme reclama o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças). A entidade solicitou ao governo a revisão da classificação que identifica o número de peças importadas e sua origem, mas não obteve resposta. O Sindipeças só vai comentar o pacote após sua regulamentação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ConsumidoresImpostosIncentivos fiscaisIndústriaIndústrias em geralIPILeão

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China