Economia

Primeiro corte de juros do Fed em uma década está a caminho. E depois?

Banco central dos EUA deve cortar os custos dos empréstimos nesta semana pela primeira vez desde o ápice da crise financeira, mais de uma década atrás

Fed: banco central americano deve cortar os custos dos empréstimos nesta semana (Leah Millis/Reuters)

Fed: banco central americano deve cortar os custos dos empréstimos nesta semana (Leah Millis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de julho de 2019 às 09h48.

Última atualização em 29 de julho de 2019 às 18h08.

San Francisco — O banco central dos Estados Unidos deve cortar os custos dos empréstimos nesta semana pela primeira vez desde o ápice da crise financeira, mais de uma década atrás. Essa é a parte fácil.

Se essa primeira etapa inaugura uma série de cortes na taxa de juros em 0,25 ponto percentual que podem se estender até o ano que vem, como os mercados financeiros estão apostando, ou se será algo mais limitado é de longe a decisão mais difícil enfrentada pelas autoridades do Federal Reserve.

Um motivo: não há um consenso claro entre as autoridades do Fed sobre por que eles precisam reduzir os juros em primeiro lugar, particularmente dada a proximidade da taxa de desemprego dos EUA de uma mínima de 50 anos e o fato da economia norte-americana estar mostrando o melhor desempenho entre as economias desenvolvidas.

Seria um pouco de insegurança contra os riscos da desaceleração do crescimento global e das tensões comerciais? Um passo para reforçar a inflação baixa? Uma tentativa de fortalecer ainda mais o mercado de trabalho? Um esforço para corrigir as inversões no mercado de títulos? Nas últimas semanas, as autoridades do Fed apresentaram cada uma dessas ideias e outras.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, convenceu brevemente os mercados de que o Fed planeja cortar os juros em 0,50 ponto percentual nesta semana, até que o Fed de Nova York divulgou um comunicado explicando que suas observações sobre "vacinar" a economia contra doenças sérias eram de natureza acadêmica e não uma sinalização das decisões de política monetária no curto prazo.

Para complicar as coisas está o desejo do Fed de deixar claro que afrouxar a política monetária não é uma reação aos meses de pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para fazer exatamente isso.

Os investidores devem ter alguma clareza quando o Comitê de política monetária do Fed divulgar seu comunicado às 15h (horário de Brasília) da quarta-feira, após o final de uma reunião de dois dias. O chairman do Fed, Jerome Powell, dará uma coletiva de imprensa pouco depois.

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