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Corte de gastos de Trump agora mira empresas de tecnologia, diz jornal

Órgão do governo enviou carta a 10 fornecedores, entre eles a Dell, solicitando uma descrição detalhada de seus custos e das margens de lucro aplicadas aos produtos

Agência o Globo
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Publicado em 1 de junho de 2025 às 11h26.

Antes voltado para firmas de consultoria como Accenture e Deloitte, o corte de gastos do governo Trump está entrando em uma nova fase: agora o foco são empresas que prestam serviços de tecnologia a agências federais, informa o The Wall Street Journal.

De acordo com o jornal, a Administração de Serviços Gerais (General Services Administration – GSA) enviou, na quarta-feira passada, cartas a 10 fornecedores de tecnologia, incluindo a Dell e a empresa de TI CDW. O documento solicita que as empresas forneçam uma descrição detalhada de seus custos, das margens de lucro aplicadas aos produtos e identifiquem áreas onde podem cortar custos.

Essas empresas são conhecidas como revendedoras de valor agregado (value-added resellers), que frequentemente montam combinações de diferentes produtos e serviços de tecnologia para o governo americano.

A carta — uma cópia da qual foi obtida pelo The Wall Street Journal — foi enviada por Josh Gruenbaum, comissário do Serviço de Aquisição Federal da GSA, que está liderando a revisão dos contratos federais. As respostas das empresas devem ser enviadas até 11 de junho, acrescenta o jornal.

“Avaliem se os preços oferecidos são apropriados quando comparados às melhores práticas comerciais do setor privado”, afirma a carta, segundo o jornal.

Procuradas pela reportagem, Dell e CDW não responderam aos pedidos de comentário.

Os EUA gastam US$ 82 bilhões por ano em produtos e serviços de TI. De acordo com a carta, processos de aquisição complexos têm levado a “acréscimos excessivos nos preços e aumento dos custos para o contribuinte”, o que precisa mudar, diz a GSA.

Desde janeiro, o governo dos EUA cancelou, segundo o WSJ, 11.297 contratos em 60 agências, o que representou uma economia total de US$ 33 bilhões, segundo uma fonte com conhecimento do trabalho da GSA. Os cortes vão desde gestão de projetos dentro de agências como o Departamento do Tesouro até serviços de TI que não são mais considerados necessários no Departamento de Educação.

A carta sugere ainda que o governo Trump pretende eliminar intermediários sempre que possível. Em meados de abril, Donald Trump assinou uma ordem executiva pedindo que o governo compre mais produtos prontos diretamente dos fabricantes.

O Wall Street ressalta que a revisão de contratos federais vem abalando as empresas que prestam serviços ao governo, levando inclusive à demissão de funcionários em algumas contratadas. Um exemplo é que, na semana passada, a Booz Allen informou que cortará 2.500 empregos, à medida que o governo intensifica os cortes nos gastos.

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